- Eu vou dirigindo, não tem
problema.
Caio ficou surpreso, pois
desconhecia a habilidade de Bia na direção. Na verdade, ele nunca havia
perguntado e ela também não se deu ao trabalho de contar.
Chef Tulio e Caio se entreolharam
com expectativa, tentando definir quem cederia o carro para ela dirigir.
Caio venceu.
- Cuide bem dele – Disse chef
Tulio ao entregar, pesaroso, as chaves do seu Nissan para Bia.
- Vou cuidar, obrigada.
Beatriz pegou as chaves, beijou
Caio suavemente e se virou para sair, mas foi impedida por ele, que segurava
seu braço suavemente.
- Pedro vai com você.
- Ah não, eu não vou perder a
oportunidade de dirigir esse Nissan por nada nesse mundo, além do mais, já
fazem alguns dias que nada aconteceu, talvez ele tenha desistido.
Chef Tulio franziu a testa diante
da conversa de Caio e Beatriz, achou tudo muito estranho, mas preferiu não
comentar.
- Eu insisto que você leve o
Pedro, você pode dirigir, ele vai ao seu lado.
Beatriz suspirou pesadamente e
concordou.
- Tudo bem então.
E assim Beatriz e Pedro saíram em
direção à garagem do Cucina Dolce, deixando pai e filho sozinhos no escritório
mais uma vez.
Logo, Caio saiu em direção à
cozinha e Chef Tulio ficou absorto com os problemas do restaurante, nenhum dos
dois percebeu o quanto Beatriz e Pedro estavam demorando, até o telefone de
Caio tocar em seu bolso.
Ele sacou o aparelho e viu o nome
de Bia no visor.
- Olá meu bem, aconteceu alguma
coisa¿
- Olá namoradinho. – A voz grave e
debochada de Daniel chegou aos ouvidos de Caio como um murro. De repente, o ar
lhe faltou, a bile subiu a sua garganta e Caio lutou para conter a ânsia de vômito.
- Cadê a Beatriz¿ O que você está
fazendo com o telefone dela¿
- Calma namoradinho, ela está bem,
mas se fosse você eu correria, pois aquele seu amigo que deveria proteger ela
não me parece estar nas mesmas condições.
Caio ouviu um estampido seco, um
grito de horror na voz que ele reconheceu ser a de Bia e o telefone foi
desligado.
O desespero invadiu Caio, que
largou tudo na cozinha e saiu correndo para o escritório, esbarrando nos outros
chefs, derrubando pratos, talheres e o que mais estivesse em sua frente.
Chef Tulio se assustou com as
condições de Caio quando este irrompeu pela porta do escritório, batendo-a com
força e gaguejando ao falar. Seu filho estava pálido, tremendo, com os olhos
arregalados. Medo era o que podia ser visto na sua expressão.
- E- ele a pegou! – A voz de Caio
saiu, trêmula, esganiçada.
- Ele, quem, pegou quem¿ O que está
acontecendo¿
- Não há tempo, eu preciso pensar,
venha comigo que eu te explico no caminho, mas vamos rápido, ela está em,
perigo!
- Ela, a Beatriz¿ O que está
acontecendo¿ - Chef Tulio não se moveu, precisava saber o que estava
acontecendo.
- Sim, A Bia, você vem ou não¿ Ela
está em perigo. – Caio já estava indo para a porta, com a mão estendida em
direção a maçaneta.
- Vou, claro filho não vou deixar
você sair sozinho nesse estado, só preciso avisar na cozinha e pedir pra Ana e
o Rodrigo segurarem as pontas pra nós.- Chef Tulio passou pelo filho e correu
para a cozinha para avisar os outros que teriam que sair, pois algo havia
acontecido com Beatriz.
Chef Tulio encontrou Caio já no
carro, com o motor ligado e tamborilando os dedos no volante. Assim que ele sentou-se
no banco ao lado do motorista, Caio saiu cantando pneus, acelerando e cortando
a frente dos demais carros na rua.
- Calma Caio, eu sei que é
urgente, mas se você correr dessa forma nós jamais chegaremos até onde ela
está. E a propósito, me conte o que está acontecendo.
Caio olhou de relance para o pai, numa
expressão indecifrável, voltou o olhar a estrada e começou a contar, desde o
inicio, tudo o que acontecera com
Beatriz nas mãos de Daniel.
Quando ele terminou o relato, já
haviam entrado na estradinha de chão que dava para a fazenda de Salvador e foi
num cruzamento, que avistaram a cena de guerra que os fez perder o ar por
alguns instantes.
O Nissan estava capotado numa
parte lateral da estrada, peças estavam, jogadas por todos os lados, o carro estava
muito amassado, sem portas, os vidros quebrados.
Caio parou o carro a alguns metros
e desceu, correndo para o local. Quando já estava mais próximo, avistou um vulto,
deitado no meio da estrada, imóvel. Ao aproximar-se, reconheceu Pedro, que
parecia morto.
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Aí amores, agora encerram os posts no blog, com o final do capítulo 12.
Os capítulos 13 e 14 e consequentemente o final do primeiro volume vão estar disponíveis a venda, junto com a edição completa do livro em algumas semanas, portanto aguardem.
Modificações serão feitas na histórias, incluirei fatos da vida dos personagens e descrições, portanto vai valer a pena comprar.
Obrigado a todos que acompanharam esse primeiro volume e, em breve começarei a escrever o volume dois.
beijos
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