domingo, 16 de junho de 2013

Capítulo 12 - Parte 14

- Eu vou dirigindo, não tem problema.
Caio ficou surpreso, pois desconhecia a habilidade de Bia na direção. Na verdade, ele nunca havia perguntado e ela também não se deu ao trabalho de contar.
Chef Tulio e Caio se entreolharam com expectativa, tentando definir quem cederia o carro para ela dirigir.
Caio venceu.
- Cuide bem dele – Disse chef Tulio ao entregar, pesaroso, as chaves do seu Nissan para Bia.
- Vou cuidar, obrigada.
Beatriz pegou as chaves, beijou Caio suavemente e se virou para sair, mas foi impedida por ele, que segurava seu braço suavemente.
- Pedro vai com você.
- Ah não, eu não vou perder a oportunidade de dirigir esse Nissan por nada nesse mundo, além do mais, já fazem alguns dias que nada aconteceu, talvez ele tenha desistido.
Chef Tulio franziu a testa diante da conversa de Caio e Beatriz, achou tudo muito estranho, mas preferiu não comentar.
- Eu insisto que você leve o Pedro, você pode dirigir, ele vai ao seu lado.
Beatriz suspirou pesadamente e concordou.
- Tudo bem então.
E assim Beatriz e Pedro saíram em direção à garagem do Cucina Dolce, deixando pai e filho sozinhos no escritório mais uma vez.
Logo, Caio saiu em direção à cozinha e Chef Tulio ficou absorto com os problemas do restaurante, nenhum dos dois percebeu o quanto Beatriz e Pedro estavam demorando, até o telefone de Caio tocar em seu bolso.
Ele sacou o aparelho e viu o nome de Bia no visor.
- Olá meu bem, aconteceu alguma coisa¿
- Olá namoradinho. – A voz grave e debochada de Daniel chegou aos ouvidos de Caio como um murro. De repente, o ar lhe faltou, a bile subiu a sua garganta e Caio lutou para conter a ânsia de vômito.
- Cadê a Beatriz¿ O que você está fazendo com o telefone dela¿
- Calma namoradinho, ela está bem, mas se fosse você eu correria, pois aquele seu amigo que deveria proteger ela não me parece estar nas mesmas condições.
Caio ouviu um estampido seco, um grito de horror na voz que ele reconheceu ser a de Bia e o telefone foi desligado.
O desespero invadiu Caio, que largou tudo na cozinha e saiu correndo para o escritório, esbarrando nos outros chefs, derrubando pratos, talheres e o que mais estivesse em sua frente.
Chef Tulio se assustou com as condições de Caio quando este irrompeu pela porta do escritório, batendo-a com força e gaguejando ao falar. Seu filho estava pálido, tremendo, com os olhos arregalados. Medo era o que podia ser visto na sua expressão.
- E- ele a pegou! – A voz de Caio saiu, trêmula, esganiçada.
- Ele, quem, pegou quem¿ O que está acontecendo¿
- Não há tempo, eu preciso pensar, venha comigo que eu te explico no caminho, mas vamos rápido, ela está em, perigo!
- Ela, a Beatriz¿ O que está acontecendo¿ - Chef Tulio não se moveu, precisava saber o que estava acontecendo.
- Sim, A Bia, você vem ou não¿ Ela está em perigo. – Caio já estava indo para a porta, com a mão estendida em direção a maçaneta.
- Vou, claro filho não vou deixar você sair sozinho nesse estado, só preciso avisar na cozinha e pedir pra Ana e o Rodrigo segurarem as pontas pra nós.- Chef Tulio passou pelo filho e correu para a cozinha para avisar os outros que teriam que sair, pois algo havia acontecido com Beatriz.
Chef Tulio encontrou Caio já no carro, com o motor ligado e tamborilando os dedos no volante. Assim que ele sentou-se no banco ao lado do motorista, Caio saiu cantando pneus, acelerando e cortando a frente dos demais carros na rua.
- Calma Caio, eu sei que é urgente, mas se você correr dessa forma nós jamais chegaremos até onde ela está. E a propósito, me conte o que está acontecendo.
Caio olhou de relance para o pai, numa expressão indecifrável, voltou o olhar a estrada e começou a contar, desde o inicio, tudo o que acontecera com  Beatriz nas mãos de Daniel.
Quando ele terminou o relato, já haviam entrado na estradinha de chão que dava para a fazenda de Salvador e foi num cruzamento, que avistaram a cena de guerra que os fez perder o ar por alguns instantes.
O Nissan estava capotado numa parte lateral da estrada, peças estavam, jogadas por todos os lados, o carro estava muito amassado, sem portas, os vidros quebrados.

Caio parou o carro a alguns metros e desceu, correndo para o local. Quando já estava mais próximo, avistou um vulto, deitado no meio da estrada, imóvel. Ao aproximar-se, reconheceu Pedro, que parecia morto.


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Aí amores, agora encerram os posts no blog, com o final do capítulo 12.
Os capítulos 13 e 14 e consequentemente o final do primeiro volume vão estar disponíveis a venda, junto com a edição completa do livro em algumas semanas, portanto aguardem.
Modificações serão feitas na histórias, incluirei fatos da vida dos personagens e descrições, portanto vai valer a pena comprar.
Obrigado a todos que acompanharam esse primeiro volume e, em breve começarei a escrever o volume dois.
beijos
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