- Eu também o amo – Foi o que
Tulio escutou Alice dizer, sem fôlego, entre um beijo e outro.
Os dois estavam entregues aquele
momento de paixão, como se quisessem recuperar todos os anos perdidos naqueles
preciosos instantes dentro do carro.
Foram interrompidos por uma
buzina, vinda de um carro atrás deles.
Alice e Tulio se assustaram,
afastando-se por alguns instantes, a tempo de perceber que a estrada havia sido
liberada e a fila de carros avançava lentamente.
Tulio ligou o Nissan e eles
começaram a acompanhar o fluxo de carros.
Eles haviam perdido bastante tempo
na fila, então decidiram parar em um hotel para pernoitar.
Acharam uma pousada numa
cidadezinha que ficava há alguns quilômetros do ponto onde haviam ficado
parados com o carro.
O lugar era pequeno e sossegado,
uma típica cidade turística interiorana. Durante a volta que deram pela rua
principal da cidade, em busca de algum lugar para pernoite, perceberam alguns
locais que ofereciam café colonial, restaurantes com comida típica alemã e uma
praça bastante chamativa, com diversas qualidades de arvores plantadas e bancos
de madeira espalhados por todos os lados, proporcionando aos visitantes um bom
lugar para descanso. Aos fundos dessa pracinha, havia uma caixa de areia
grande, com escorregadores e balanças para as crianças.
Antes de irem para o hotel, Tulio
e Alice pararam na praça, afim de conversarem um pouco mais sobre o passado.
- Quando você pretende contar para
o Caio que eu sou o pai dele¿ - Tulio perguntou a Alice, enquanto andavam de
mãos dadas entre as arvores distribuídas aleatoriamente pelo local.
Alice esperou alguns instantes
para responder. Estava pensando sobreo assunto havia algum tempo, mas não havia
chegado a nenhuma conclusão sobre isso.
- Eu não sei, eu pensei que talvez
pudéssemos fazer isso juntos, se você concordar.
- Eu acho ótimo, gostaria de estar
presente quando ele souber disso. – Tulio estava sério, mas sua voz
transparecia calma e serenidade.
- Então está bem. Eu tenho que
voltar para minha cidade para resolver alguns assuntos pendentes, tenho algumas
palestras para dar na faculdade, mas assim que cumprir meus compromissos eu
posso voltar à São Paulo para contarmos à ele, o que você acha¿
- Eu tenho uma contraproposta para
fazer para você.
- Nós podemos voltar juntos para
sua cidade, podemos usar esses dias em que você estiver ocupada para nos
redescobrirmos e voltamos juntos para São Paulo, para dar a notícia ao nosso
filho, o que você me diz¿
O rosto de Alice se iluminou, com
um sorriso enorme, antes de ela
responder.
- Eu adorei a ideia, mas quero que
você saiba que não vamos ter muito tempo, pois tenho que preparar minhas
palestras e estudar algumas dissertações de alunos que estão sob minha tutela.
- Não tem problema, podemos
conversar quando você tiver uma folguinha, eu também tenho alguns assuntos do
restaurante para resolver e que me tomarão bastante tempo, mas quero muito
passar algum tempo com você Alice, tenho coisas para contar. Coisas que eu
deveria ter lhe dito há 26 anos atrás e por falta de coragem não disse.
- Bom, então, você gostaria de
ficar na minha casa¿ - Alice perguntou timidamente e Tulio lhe respondeu com um
sorriso feroz.
- Não imaginei que seria de outra forma.
Os dois já estavam voltando para o
carro. Estavam cansados e precisavam comer alguma coisa.
A pousada em se
hospedaram era confortável. O quarto que eles escolheram tinha 2 ambientes. Uma
suíte, com banheira de hidromassagem, uma cama grande de casal, feita com
madeira de lei escura, coberta com lençóis e sobre lençóis de linho branco.
Havia também uma sala, com bar e um sofá de couro num vermelho vinho . Em
frente ao sofá havia uma televisão enorme pendurada na parede e numa parede oposta no ambiente, havia uma
lareira.
Assim que deixaram as malas no
quarto, Tulio foi até o bar e abriu um vinho. Pegou duas taças de cristal e
serviu-as, entregando uma delas a Alice logo em seguida.
- Um brinde a nossa reaproximação e
que desta vez, não tenhamos medo desse sentimento.
O tilintar das taças fez um agradável
som reverberar no ambiente. Tulio e Alice tomaram o vinho em silêncio, olhando
um para o outro e sorrindo com a promessa de uma noite de amor inesquecível aos
dois.
Assim que o vinho que havia nas
taças acabou, Tulio puxou Alice pela cintura para um beijo apaixonado.
Assim que suas bocas se
encostaram, foi como se um descarga elétrica atravessasse seus corpos, indo de
um ao outro, causando arrepios e um calor intenso nos dois.
Ambos estavam sem fôlego e
extremamente excitados quando se afastaram, mas também estavam famintos.
Um de cada vez, eles tomaram banho
e vestiram roupas limpas. Em seguida saíram em busca de um restaurante agradável
e que oferecesse um bom jantar.
Não precisaram ir muito longe para
achar um restaurante que chamou a atenção deles assim que avistaram a fachada
colorida e convidativa do lugar.
O restaurante era aconchegante,
assim que entraram foram recebidos por um rapaz muito bonito, vestindo um terno
formal, que lhes conduziu, a pedido de Tulio para uma mesa reservada, mas ao
fundo do restaurante.
Em seguida o rapaz voltou com o
menu, que ofereceu a Tulio e Alice.
- Já decidiu o que vai querer¿
Tulio perguntou a Alice, após
alguns minutos analisando o cardápio.
- Na verdade eu gostaria que você
escolhesse. Me surpreenda Chef.
Tulio assentiu e em alguns minutos
os pratos eram colocados em frente aos dois, o acompanhados de vinho tinto e
uma suave música que saía das caixas de som espalhadas por todo o ambiente.
O Kassler (Bisteca de porco
defumada e grelhada, chucrute e batatas cozidas com bacon) estava com uma
aparência deliciosa, Alice e Tulio sentiram a boca encher-se de saliva com o
aroma que vinha do prato.
Após uma refeição deliciosa, o
casal voltou à pousada, estavam cansados e tinham assuntos pendentes para serem
resolvidos na cama.
A noite acabou tarde, depois de
Tulio e Alice fazerem amor apaixonadamente na bela cama do quarto que haviam
escolhido, dormiram abraçados, sorrindo e com a certeza de que aquela história
de amor agora teria uma bela continuação.
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Já estava com saudades de escrever pra vocês, ontem, no ônibus enquanto estávamos indo para Jaraguá, me peguei pensando nos personagens e nos desfechos que tenho bolado para o fim desse primeiro volume do Fascínio e fiquei realmente com saudades.
Essa história passou a ser uma parte de mim, coloco meus sentimentos em cada palavra que escrevo e não sei se vou conseguir me desapegar deste livro algum dia.
Obrigada a todos vocês que acompanham a história de Beatriz e Caio, sem vocês meus dias seriam mais tristes.
Beijos a todos.
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