quinta-feira, 30 de maio de 2013

Capítulo 12 - Parte 4

Com um largo e hipnotizador sorriso, Tulio, virou-se para fitar Alice antes de perguntar.
-Então, vamos¿
Ela não conseguiu articular palavra alguma, estava presa ao sorriso dele com pele presa ao corpo. Alice apenas assentiu.
Tulio ligou o Nissan e logo estavam na estrada. Seria uma viajem longa e cansativa, mas era preciso que os dois tivessem algumas horas juntos para que pudessem conversar sobre o que havia acontecido no passado e os resultados que o envolvimento deles havia trazido para a vida de ambos.
O que nenhum deles sabia, é que aquela viajem poderia definir muito mais do que apenas acertar o passado.
Durante as primeiras horas de viajem, não houve muita conversa entre os dois, algumas perguntas sobre o trabalho de Alice e sobre o Cucina Dolce, o desempenho de caio e Beatriz e uma ou outra informação pessoal.
Quando chegaram a uma rodovia normalmente pouco movimentada, havia um congestionamento imenso. Ao longe, podiam avistar uma grossa nuvem de fumaça negra. Tulio parou e desceu do carro, para buscar informações sobre a causa da enorme fila, logo, voltou desanimado.
- O que houve¿ - Alice perguntou a ele quando  Tulio se aconchegou atrás do volante mais uma vez.
- um acidente com envolvendo dois caminhões, uma transportava produtos químicos inflamáveis e a outra material reciclável, está tudo pegando fogo.
- Nossa, e tem alguma noção do tamanho da fila¿
- Os carros da frente falaram que estão aqui há quase duas horas, sem previsão de partir.
Tulio balançou a cabeça, visivelmente frustrado.
- E não há nenhum retorno aqui por perto¿ -
- Não há nada.
- E o que vamos fazer então¿ - a voz de Alice soava  calma e despreocupada, embora ela estivesse nervosa com a situação.
- Acho que esperar, pelo menos por enquanto, talvez não demore muito.
Silenciosos minutos se passaram, até que Tulio finalmente teve coragem para perguntar.
- Por que você não me contou¿ - O olhar dele para Alice era inquisidor, mas não duro, era afetuoso.
- Contou o que¿ - Alice não havia entendido.
- Sobre a gravidez, eu não teria deixado você ir embora se eu soubesse.- Tulio balançou a cabeça, visivelmente chateado.
- Eu não sabia que estava grávida, Tulio, fiquei sabendo algumas semanas depois de voltar ao Brasil. – A voz de Alice era baixa.
- Mas você podia ter me ligado, avisado de alguma forma, eu teria dado um jeito, caramba Alice, eu amava você.
- E-eu, não sabia que você se sentia assim, você nunca deixou claro pra mim o que sentia, eu sempre achei que fosse uma espécie de amizade colorida. Jamais imaginei que você fosse querer um filho. – Os olhos de Alice estavam grandes, fixos em Tulio, a respiração entrecortada e ofegante denunciava o nervosismo dela.
- Eu sei, eu fui um idiota por nunca ter te contado, mas eu achava que se apaixonar era besteira, que não valia a pena .Eu estava focado demais na minha carreira pra deixar algum sentimento tomar conta de mim e sofri muito por isso. Fiquei destruído quando você foi embora e demorei muito pra me reerguer, foi a pior experiência da minha vida.
A voz de Tulio estava embargada, as palavras saíram apressadas, quase cuspidas, talvez pela necessidade que ele tivesse de despejar tudo aquilo sobre ela de uma vez ou então para não perder a coragem de finalmente contar o que sentiu por Alice.
- Eu também o amava e foi difícil pra mim também, ainda mais quando descobri que estava grávida do Caio, mas eu não podia abrir mão dele, então apareceu o Igor. Ele me deu tanto apoio e foi um pai ótimo para o Caio, nunca faltou nada à ele, em nenhum aspecto.
Tulio sentiu um nó crescer na garganta quando Alice mencionou o amigo com quem ela casara e que foi o pai que ela apresentou ao seu filho. Ele se ressentia pelo fato de não ter participado da criação de Caio, era ele quem deveria ter  dado educação e a infância que o filho merecia.
- E agora, como você se sente com relação a mim¿
Alice foi direta, não conseguia mais conter a curiosidade, sera que ele ainda amava. Será que o sentimento havia morrido depois de tantos anos¿
- E-eu ainda a amo. Eu achei que já houvesse esquecido, passaram muitos anos e eu tive outras mulheres, mas quando vi você na casa do Caio, meu coração quase foi esmagado tamanha a onda de adrenalina que invadiu o meu corpo. Foi como na primeira vez em que eu te vi, na biblioteca.

Alice estava sem fôlego, aquilo era tudo o que ela precisava ouvir dele. Um sorriso sincero se abriu em seu rosto, de orelha a orelha, quando Tulio foi se aproximando dela e a beijou.

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Novidade pra vocês.
Vou começar a fazer algumas correções desde o começo do livro e amarrar umas pontas que ficaram soltas lá pra tras e assim que eu terminar esse volume do fascinio ele vai ser disponibilizado para compra via internet pela editora Saraiva
=oD
obrigada a todos que leem
=o*
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quarta-feira, 29 de maio de 2013

Capítulo 12 - Pate 3

Logo, Caio e Beatriz observavam o avião em que Lara e iara estavam taxiar na pista, preparando-se para decolar de volta à Santa Catarina.
Bia suspirou pesadamente, os ombros curvados, a cabeça baixa. Caio  segurou o queixo dela com o dedo indicador dobrado e ergueu a cabeça dela para cima suavemente, até seus olhos encontrarem os dela.
- Não á porque fiar chateada, elas vão ficar melhor lá, ficarão em segurança, o que aqui, nós dois sabemos que podia não acontecer.
Beatriz suspirou mais uma vez.
- Eu sei, só que também estou cansada de sempre fugir, me esconder dele, eu queria poder enfrenta-lo, de igual pra igual, provar que eu não sou fraca, como ele sempre me disse e acabo sempre fazendo com que pareça que sou exatamente isso. Me escondendo e aos que amo, com medo que ele possa me tirar mais alguma coisa.
- Não pense assim, meu bem, não é isso o que está acontecendo, elas podem sim, estar voltando por medo, mas você não, você, nós estamos nos preparando para enfrenta-lo, estamos nos fortalecendo juntos, você já sabe se defender um pouco e com certeza eu posso dar uma bela surra naquele filho da puta caso ele se aproxime de você.
Caio sorria, confiante, Beatriz podia ver os olhos dele brilhando com fúria, toda a raiva que ele tinha de Daniel, era a mesma que ela guardava há tantos anos.
Eles iriam pegá-lo sim, cedo ou tarde Daniel iria pagar por todo o estrago que tinha feito na vida dela e ambos mal podiam esperar para que esse momento chegasse.
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Alice não havia entendido o que estava acontecendo naquela casa pela manhã. Depois da sua breve discussão com o filho, ela pode ouvir o choro da mãe de Beatriz, uma discussão e logo, tudo havia ficado quieto de novo.
A principio ela não deu importância a tudo aquilo, pensou ser apenas uma discussão sem pé nem cabeça, como ela mesma havia tido com o filho anteriormente naquela manhã, mas assim que viu Lara e Iara arrumando as malas no quarto, soube que algo estranho estava acontecendo.
Alice tentou sondar alguma coisa com Caio, mas o filho não lhe deu explicação alguma para o que estava acontecendo. Ele havia se limitado a dizer a ela que Lara achava melhor voltar pra casa com a filha mais nova e ele e Beatriz achavam melhor não interferir.
Mas Alice não acreditou naquela desculpa.
Mas ela também iria embora logo, tinha os próprios problemas para resolver e não devia ser nada mais que um briga feia entre mãe e filha, talvez por causa da decisão repentina de Caio e beatriz em morarem juntos, ou algo assim.
Alice almoçou sozinha aquele dia. Mal conseguiu engolir a comida, pois logo mais Tulio viria busca-la para que viajassem juntos.
Seu coração estava aos saltos, um frio na barriga constante estava aumentando e se tornando quase impossível de ignorar. Suas ,mãos suavam e ela mal podia se conter de tanto entusiasmo. Já não se lembrava ais qual tinha sido a ultima vez m que se sentira assim. Pelo que vinha em sua cabeça, com seu antigo marido, jamais sentira.
Quando a hora marcada para que Tulio viesse apanha-la estava chegando, ela foi até o quarto se arrumar e colocar umas ultimas coisas na mala, em pouco tempo, ela escutou a campainha.
Marie atendeu, era Tulio. E estava maravilhoso.
Uma camisa escura, calças jeans numa lavagem escura, botas pesadas e jaqueta de couro.
“Hmm, dominador, como eu me lembrava”. – Alice pensou ao ver a silhueta alta e forte parada na porta.
Assim que Tulio a viu, um sorriso feroz se espalhou por seu rosto, fazendo-a se contorcer.
Ele caminhou para dentro da casa, com passadas largas e firmes e pegou a mão que Alice estendeu para lhe cumprimentar e beijou-a suavemente.
Um arrepio se estendeu da mão, para o braço e depois para todo o corpo de Alice, ela recolheu a mão apressadamente, temendo que Tulio pudesse senti-la estremecer.
- Está pronta¿ - a voz grave de Tulio soou baixa e rouca, parecia querer  dizer muito mais do que Alice estava entendendo.
- Sim, estou, só preciso pegar minha mala. – Assim que ela se encaminhou para porta onde encontrava-se sua mala, Tulio segurou seu braço delicadamente e se antecipou.
- Pode deixar que eu levo. – Ele segurou a mala como se ela não tivesse peso algum, Alice passou por ele e saiu porta afora, em direção ao carro. Logo ele a alcançou e colocou a mão na base de suas costas, guiando-a até o carro.
Tulio abriu a porta do carro para ela e assim que Alice estava devidamente aconchegada no banco ao lado do motorista, ele bateu a porta e foi colocar a mala dela no bagageiro.
Enquanto ele dava a volta no carro, Alice suspirou profundamente, tentando acalmar a confusão que sentia por dentro.
Não funcionou.
Ela estava nervosa, até demais.
“ Calma, mulher, é só um homem” – ela repetia mentalmente tentando se acalmar.
Quando ele abriu a porta do motorista e se aconchegou ao seu lado, o perfume dele adentrou suas narinas e inebriou os seus sentidos.

 Ele cheirava a chuva, a grama recém cortada e um pouco de hortelã. Uma combinação estranha, mas irresistível se vinda dele. Tulio cheirava a homem, pura e simplesmente isso. Um cheiro que a fazia sentir-se ainda menor do que era perto dele, e ela adorava aquela sensação.

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Aí amores, amanhã tem mais!
=O**
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terça-feira, 28 de maio de 2013

Capítulo 12 - PArte 2

Beatriz puxou a mãe para um abraço e enquanto Iara afundava nos seus cabelos cacheados, soluçando, Bia afagava as costas dela suavemente, confortando-a, da mesma forma que Caio fizera com ela quando lhe contara tudo o que havia acontecido.
Aos poucos os soluços diminuíram e as lagrimas cessaram, Iara enxugou o rosto com as costas de uma das mãos e encarou a filha por alguns instantes, pesando as palavras antes de falar.
- Porque você nunca nos contou¿ - O olhar inquisidor da mãe fez Beatriz estremecer.
- e- eu nunca tive coragem, precisei usar toda a força que eu tinha para deixar as memórias de tudo aquilo de lado e retomar a minha vida. Contar o que aconteceu é como reviver tudo em detalhes, é aterrorizante.  Passei todo o restante da minha estadia na França me ocupando com o máximo de coisas que eu conseguia, para nunca ter tempo de parar para pensar, porque se eu começasse, eu lembraria de todo aquele terror, do cheiro de álcool e o gosto de sangue que eu sentia na minha boca constantemente.
Quando finalmente consegui contar a alguém, eu recebi muito apoio porque tenho certeza, que se não tivesse recebido, eu teria me afundado em um poço de auto piedade e não tenho certeza se conseguiria sair dele.
Caio chegou mais perto das duas e colocou a mão no ombro de beatriz, apertando suavemente, para demonstrar que estava ali, com ela, protegendo-a, apoiando-a.
Iara fitou a filha, os olhos pareciam desesperados, ainda estavam marejados.
- Me desculpe filha, por não ter prestado atenção, por não ter percebido que havia algo de errado. Eu achei que o fato de você ter parado de nos ligar de repente se devia as responsabilidades do curso, nunca imaginei que fosse por causa de algo assim. – O balançar constante da cabeça da mãe fez Beatriz tentar imaginar o que ela estava pensando.
- Tudo bem mãe, não é culpa sua, nem minha, a culpa é toda do Daniel, é ele que tem que pagar por isso  e não a gente. É ele que tem que sofrer. E eu quero cuidar disso pessoalmente, quero ver ele sentir que está despedaçado, sem chão, sem nada. Quero que ele d=sinta o desespero que eu senti, quando percebi que não era mais nada, que ele tinha retirado tudo o que havia de bom em mim, quero ver ele pagar por tudo o que me fez e quero poder ter o prazer de assistir tudo de camarote.
Iara se assustou um pouco com as palavras da filha, mas não tinha dimensão da mágoa que Bia carregava. Sabia apenas que a dor que ela sentia naquele momento, depois de saber de tudo era quase insuportável.
- Você ainda não sabe de tudo, eu preciso te mostrar mais uma coisa.
Iara suspirou fundo e assentiu. “ O que será que vem agora¿” Ela perguntou a si mesma.
- Tudo bem filha, seja o que for você pode me contar.
- Eu preciso que você venha comigo, é algo que preciso mostrar, mais do que contar.
Iara assentiu e seguiu Bia escada acima em direção ao quarto. Caio ficou na cozinha, resolveu deixar as duas sozinhas, presumindo que Beatriz queria um momento a sós com a mãe para lhe mostrar a tatuagem.
Agora ele precisava falar com Pedro e Velasquez, a respeito da segurança da mãe e da irmã de Bia, pois Daniel já tinha mais dois alvos que poderia querer acertar de alguma forma.
Cerca de 20 minutos depois de entrarem no quarto que Caio e Beatriz ocupavam, Iara estava ligeiramente tonta, tentando avaliar e pensar em todas as informações que a filha havia lhe contado. Era tudo tão trágico e desesperador que ela mal podia respirar.
Um nó estava atravessado em sua garganta, seus olhos estavam marejados e tudo o que ela queria era afundar a cabeça em um travesseiro e chorar até o seu peito doer. Embora ela achasse que já havia chorado naquele dia mais do que já chorara em toda sua vida.
Saber de tudo o que havia acontecido com a filha, foi como se a tivessem empurrado da beira de um precipício e ela tivesse aterrissado de cara no chão. Tudo havia perdido o foco, se transformando em um emaranhado de situações que ela tinha medo de vasculhar e tentar entender porque haviam acontecido daquela forma. Um medo aterrador começou a tomar conta dela, medo do que poderia ter acontecido com ela e lara enquanto estiveram na companhia daquele monstro.
De repente ela entendeu porque haviam seguranças seguindo Caio e Beatriz por onde quer que eles estivessem e entendeu também porque o genro queria que ela levasse um deles junto ao passeio.
Naquele momento, ela decidiu que queria ir embora e levar Lara consigo, pois se ficassem ali só iriam causar mais riscos à Caio e bia, seram presa fácil para Daniel e poderiam colocar tudo o que os dois estavam construindo a perder.
Iara olhou para a filha mais velha, que estava parada á sua frente, avaliando sua expressão.
- Bia, eu e sua irmã vamos embora.
- O que¿ - Beatriz não estava entendendo
- Acho que é melhor. Veja bem, aqui eu e sua irmão seremos uma presa fácil para o Daniel e tenho certeza que você e Caio não conseguirão trabalhar em paz se nós ficarmos aqui. E eu quero sinceramente que você seja feliz com esse rapaz. E a única forma é me afastando agora, não correndo o risco de ser pega. Caio é ótimo e tenho certeza  que ele a protegerá se você precisar, mas sua irmã ainda é minha responsabilidade e eu tenho que pensar na segurança dela também.
Beatriz assentiu. Estava triste, mas sabia que a mãe tinha razão. O melhor para ela e sua irmã era saírem dali o quanto antes.
Iara foi até o quarto em que estava a filha mais nova e mandou que Lara se trocasse rapidamente, enquanto a menina fazia isso ela ligou para o aeroporto e conseguiu um voopara dali a duas horas. Era perfeito.

Então, as 11 horas da manhã, Bia e Caio estavam no saguão do aeroporto, se despedindo das duas. Uma despedida chorosa, mas sem segredos, finalmente.
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Espero que gostem
beijos
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segunda-feira, 27 de maio de 2013

Capítulo 12 - Parte 1

Já era tarde quando Beatriz e Caio entraram em casa e se jogaram num dos sofás da sala. O dia havia sido cansativo como nenhum deles lembrava já ter vivido.
O restaurante esteve lotado durante toda a noite, com comemorações, jantares de família e casais apaixonados  - e exigentes -, pedindo variadas combinações do menu e também reclamando de tudo o quanto era possível – e impossível- também.
Por fim, quando todos já haviam ido embora, inclusive os funcionários, ambos foram até o escritório acompanhados por Chef Tulio, que os explicou as minucias do trabalho e os apresentou as fichas de todos os colaboradores, clientes importantes e fornecedores do restaurante.
Todos os nomes formavam uma pilha enorme de folhas sobre a mesa. Caio e Bia ficaram estudando tudo até a hora que seus olhos começaram, a fechar sozinhos sobre as dezenas de páginas.
Colocaram o que faltava em uma pasta e a levaram para casa, a fim de terminar o estudo pela manhã, se houvesse tempo, pois as novas obrigações para com o restaurante prolongariam o horário de trabalho dos dois.
Teriam que começar mais cedo e sabe-se lá Deus que horas poderiam sair do Cucina Dolce.
Mas todo aquele trabalho extra e responsabilidade os estava animando como nunca antes havia acontecido. Ambos tinham certeza que era aquilo que almejavam para suas vidas e que se fosse para começarem dividindo a tarefa, se cada um cuidasse das suas obrigações, sem se meter muito nos assuntos do outro, estava ótimo.
Todos já estavam dormindo, então depois de uma boa meia hora esparramados no sofá, sem trocar palavra alguma, Caio e Beatriz resolveram subir para o quarto. Banharam-se e foram para cama, na verdade estavam tão cansados que nenhum pensamento sacana atravessou a cabeça deles, podia-se dizer que era uma primeira vez para ambos.
Em 5 minutos estavam desmaiados, ressonando suavemente e sim, babando cada um em seu travesseiro.
Às 8 horas da manhã, conforme programado, o Iphone de Beatriz começou a despertar, um toque nada sútil, que a acordaria logo nas primeiras notas “Deixa eu falar” aos berros foi escutado por todo o quarto, fazendo com que tanto Beatriz quanto Caio pulassem de susto na cama, olhassem um para o outro e começassem a rir um da expressão assustada estampada no rosto do outro.
- Eu te avisei que não era uma boa ideia colocar essa música como toque do despertador. – Caio disse, quando conseguiu controlar a risada.
- É agora eu concordo com você, vou mudar mais tarde. – Beatriz ainda ria.
Caio deitou novamente, colocou as mãos atrás da cabeça e assumiu um ar pensativo. Beatriz chegou mais perto e aconchegou a cabeça sobre o peito dele, acariciando sua barriga suavemente com uma das mãos.
Permanecerem quietos por alguns instantes, sem pensar em nada construtivo, apenas revivendo momentos que haviam passado juntos e lembrando de outras manãs em que haviam acordado na mesma cama.
- Sua mãe vai embora hoje¿ - Beatriz perguntou movendo a cabeça e erguendo os olhos, para encontrar os de Caio, que a fitavam ternamente.
- Sim, vai. O Tulio vai levar ela. – Caio estava mordendo a parte de dentro da bochecha. Beatriz nunca havia visto ele fazer aquilo, ficou intrigada.
- O chef Tulio¿ - Beatriz levantou as sobrancelhas, espantada.
- Sim, eles se conhecem há tempo, parece que tiveram um romance há muitos anos. – Caio tinha uma expressão intrigada refletida nos olhos, Beatriz então percebeu o que estva acontecendo e riu.
- Você está com ciúmes dela!
Caio a fitou por alguns instantes e então seu semblante se fechou.
- É claro que não. Deixe de bobagens. – ele virou o rosto e começou a olhar em direção a janela, que estava encoberta pelas cortinas.
- Está sim. Sua expressão não esconde, você está se roendo de ciúmes da sua mãe!
Caio balançou a cabeça frustrado. Era verdade, ele estava mesmo se roendo de ciúmes. Ele conhecia Chef Tulio o suficiente para saber que nunca havia se apegado a mulher nenhuma e não iria admitir que ele brincasse com sua mãe. Mas Alice nunca havia dado ao filho espaço para que se intrometesse em sua vida amorosa.
- Está bem eu estou sim com ciúmes, na verdade estou mais é preocupado com ela, ou melhor com o que o Chef Tulio pode fazer com ela, não quero ver a minha mãe magoada.
Beatriz o fitava com um olhar terno, ela admirava aquela preocupação que ele tinha com a mãe, mas ele estava sendo exagerado e ela teria que faze-lo encarar aquilo.
Bia segurou as mãos de Caio com as suas, e sorriu olhando o fundo azul dos olhos dele.
- Caio, eu sei que você se preocupa com a sua mãe e quer o melhor para ela. Isso é o que todo filho deseja para a sua mãe. Mas você não pode dizer o que é bom ou não para ela.
Alice é adulta e ninguém melhor que ela mesma para saber como conduzir a própria vida. Eu entendo o seu medo, diante do que você conhece sobre o Chef Tulio, mas como você mesmo  disse, eles já tiveram um romance no passado e pode ser que tenham alguns nós que ficaram para desatar.
Você não deve interferir e nem ficar chateado pelas decisões dela, Alice sabe o que faz e o melhor que você tem a fazer é dar todo o seu apoio para ela.
Caio estava olhando Bia atentamente, admirando as palavras que ela lhe dissera e a maneira como conduzira a conversa. Beatriz não havia elevado a voz e nem dito a ele o quanto estava sendo bobo e infantil por agir daquela forma – e ele sabia o quanto bobo e infantil estava sendo-pelo contrário, ela o havia aconselhado e lhe dito a verdade de uma forma que  parecesse que todo o ciúme e a insegurança que ele sentia pela mãe fossem comuns e fáceis de se resolver.
Caio retirou suas mãos das de Bia e colocou-as na cintura dela, puxando-a para um beijo terno e apaixonado. Foi a melhor forma que ele encontrou de agradece-la pelo conselho que havia lhe dado.
Logo se afastaram e foram até cozinha, onde a mãe e a irmã de Bia já estavam tomando café.
-Bom dia! – Caio e Beatriz falaram em uníssono, depois se entreolharam e sorriram.
- Bom dia mana, cunhadinho – Lara falou com a boa cheia.
- Bom dia para vocês também – Iara respondeu enquanto olhava de soslaio para a filha mais nova, que pelo visto não tinha aprendido nenhuma das lições de boas maneiras que ela havia lhe dado.
Beatriz e Caio se juntaram as duas à mesa e começaram a se servir. Iara perguntou a filha sobre o trabalho e como havia sido o dia.
- Foi muito bom, mas cansativo. E o passeio de vocês, como foi¿ - Beatriz perguntou enquanto bebericava sua xícara de café.
- Nós andamos muito, por diversas lojas, sua irmã é impossível. – Iara falava balançando a cabeça, mas com um toque de humor na voz.
Lara riu alto.
- Impossível nada, eu tenho bom gosto, só isso.- A garota parecia ofendida, mas como Beatriz a conhecia muito bem, soube que era só charme.
- Ahh, antes que eu me esqueça, encontramos um casal de amigos de vocês ontem e eles mandaram saudações para vocês, aliás, que casal apaixonado aquele, não conseguiam ficar sem se tocar nem por um minuto. – Iara riu com a lembrança.
- Que amigos a Anna e o Rodrigo não podem ser, pois estavam no restaurante e eu não me lembro de mais nenhum que seja assim tão próximo quanto eles. Esse casal contou a vocês os nomes deles¿ - Beatriz estava interessada em qual casal seria esse, Caio também.
- Você lembra Lara¿ - Iara franziu a testa, tentando se lembrar, mas os nomes não lhe viam à cabeça.
- Acho que era Danilo.... não, Danilo não... AhH! Daniel, isso Daniel e a moça era...
- Vitória – A voz de Beatriz saiu num sussurro engasgado, ela não podia acreditar naquilo. Daniel havia passado algum tempo com sua mãe e sua irmã e elas estavam desprotegidas. De repente, um medo irracional começou a tomar conta de Beatriz, que deixou a xicara de café escorregar das mãos e se espatifar no chão, espalhando dezenas de pedaços pela cozinha e sujando o chão com café.
Caio imediatamente afastou sua cadeira e levantou-se, pegando Beatriz em seus braços e a sacudindo levemente.
- Bia, tudo bem¿
Ela não respondeu.
Iara e Lara se entreolharam sem entender aquela ração extrema da garota, o que afinal aquele casal tinha a ver com ela e Caio e porque Beatriz havia tido aquela reação¿
- Caio o que está acontecendo, o que esse casal tem, o que eles fizeram que afeta a Beatriz tanto assim¿ - A voz de Iara era firme, porém preocupada.
Caio respirou fundo e falou com voz igualmente firme.
- Isso é um assunto entre mim e a Beatriz, me desculpe dona Iara, mas não podemos lhe contar nada.
- Ela tem que saber  Caio. – a voz de Bia refletia todo o medo que ela sentia, uma pontada de medo relampejo no peito de Iara, temendo o que a filha teria que lhe contar.
- Lara, por favor, vá dar uma volta no jardim e nos deixe a sós. 
Lara saiu emburrada da cozinha, deixando os três a sós.
Caio havia se sentado novamente e ajudado Beatriz a sentar-se ao seu lado, de frente para Iara, que os encarava atentamente.
Beatriz engoliu em seco, baixou os olhos para a mesa e sua voz não saiu mais alta que um sussurro.
- E-eu conheci o Daniel enquanto ainda fazia faculdade, ele cursava Artes e eu não conhecia muitas pessoas por lá. Ele era brasileiro e morava haviam alguns anos na França, de modo que me ajudou muito a entender o francês...
Na meia hora que se seguiu os olhos de Iara se arregalaram e contraíram de dor conforme a filha relatava tudo o que havia lhe acontecido na França.
Quando Beatriz não conseguia falar, pois o choro não lhe permitia, Caio tomava a frente da narração, descrevendo tudo o que Beatriz havia passado nas mãos de Daniel.
Terminaram a narrativa, contando a Iara a respeito da perseguição de Daniel à Beatriz já no Brasil e o motivo pelo qual eles haviam abandonado o antigo prédio tão logo começaram a se relacionar.
Iara inspirou fundo e lágrimas brotaram no canto de seus olhos quando Caio e Beatriz a fitaram após terminarem de falar.
Iara então afundou o rosto nas mãos e chorou como uma criança, soluçando e perguntando porque Beatriz não havia contado nada à ela antes.
Beatriz deu a volta na mesa e abraçou a mãe, tentando acalmá-la.
- Calma mãe, agora eu estou bem, o Caio cuida muito bem de mim e ele, bem, ele me ama.
Ao dizer isso Beatriz levantou os olhos para o amado e o encontrou fitando-a e sorrindo, enquanto assentia coma  cabeça, confirmando o que ela dizia à sua mãe.

- É isso mesmo dona Iara, eu a amo como jamais amei alguém na vida e posso afirmar para a senhora que enquanto eu estiver por perto, nada de ruim vai acontecer à sua filha novamente.

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Pra compensar que ontem não postei hoje fiz um mega gigante pra vcs.
beijos amores até amanhã
=o**
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sábado, 25 de maio de 2013

Capítulo 11 - PArte 20

Pelo retrovisor, Beatriz viu a mãe fazer uma careta e cochichar alguma coisa no ouvido da irmão mais nova. Lara torceu a boca e assentiu, ficando emburrada.
Beatriz riu sozinha com a situação. Estava com saudades da família e até mesmo da falta de tato com as palavras da irmã mais nova.
O resto do trajeto até em casa foi silencioso, Lara não fez nenhum comentário sobre a casa ou sobre os seguranças – apenas deixou escapar um assobio quando pararam em frente ao portão do condomínio-
Pedro levou as malas até um dos quartos de hóspedes e logo Alice desceu para ver quem havia chegado.
Beatriz apresentou as três e depois mostrou toda a casa para suas visitantes. Caio ficou na sala conversando com a mãe por alguns instantes.
- Então mãe, já decidiu quando vai voltar¿
- Acho que vou amanha filho, seu chefe me ofereceu uma carona e eu aceitei. – Alice estava hesitante em revelar aquela parte da viajem ao filho mas ele logo saberia de qualquer forma e achou melhor acabar com aquilo de uma vez.
O semblante de Caio se fechou.
- Porque você vai com ele¿ E porque você não me contou que vocês já se conheciam¿ Você sabia que ele era meu chefe. Mãe, você já teve alguma coisa com ele¿
Alice fitou Caio atônita, não estava acreditando que ele estava perguntando aquilo e que estava com ciúmes dela. Alice respirou fundo antes de responde-lo.
- Eu vou com ele, porque ele é um amigo que eu conheço há muitos anos e vai para uma cidade próxima da onde eu moro. Me ofereceu gentilmente uma carona e eu aceitei.
-Não contei antes que o conhecia porque não te interessava e ainda não interessa.
- Sim, nós tivemos um romance, mas foi á muitos anos atrás e sinceramente Caio, isso não é um assunto que eu queira discutir com você, agora se me dá licença eu vou começar a arrumar minhas malas.
Dizendo isso, Alice subiu as escadas em direção ao seu quarto, deixando Caio parado no meio da sala, frustrado com a resposta.
Assim que conseguiu absorver o que a mãe havia lhe contado, Caio foi até a cozinha, avisar Marie que haveriam mais 2 pessoas para o almoço.
Foi difícil para Beatriz explicar para a mãe a razão de haverem dois seguranças os seguindo durante todo o trajeto do aeroporto até em casa.
Beatriz não conseguiu contar a verdade e não sabia se algum dia iria conseguir, então disse para Iara que era um costume de Caio sempre andar com seguranças e que tinha contratado mais um para acompanhar Beatriz caso ela precisasse.
Iara assentiu, parecia ter acreditado no que a filha havia lhe falado.
Logo que desceram as escadas em direção a sala, Caio apareceu e as chamou para almoçar.
Enquanto Lara e Iara iam até a cozinha, Caio segurou o braço de Beatriz para que ela o esperasse.
- Tudo bem¿ - Os olhos dele corriam todo o rosto de Beatriz, procurando algum indicio do que ela estava sentindo naquele momento.
-Tudo bem sim, porque¿ - Beatriz não estava entendendo a súbita preocupação dele.
- Eu escutei a sua mãe perguntando a respeito dos seguranças e até onde eu sei ela desconhece tudo o que aconteceu com você, fiquei preocupado com o que você iria responder para ela. – Caio deu um sorriso torto, passou uma das mãos pelos cabelos, seus gestos encabulados deixaram Beatriz aliviada.
- Ahh, tudo bem, eu falei para ela que era um costume seu e que quando eu vim morar com você a segurança foi reforçada. Ela acreditou .
 Caio segurou os braços de Beatriz suavemente e beijou a testa da garota

- Que bom meu bem, agora vamos almoçar, que daqui a pouco temos que enfrentar o Cucina Dolce. – Caio pegou sua mão e foram para a cozinha, onde Lara e Iara estavam sentadas à mesa os esperando.
Depois de um farto almoço, preparado caprichosamente por Marie, Caio e Beatriz avisaram que tentariam chegar mais cedo do restaurante para poderem conversar mais com Lara e Iara.
Mãe e filha disseram aos dois que iriam dar uma volta pela cidade, passear por algumas lojas e ir até o cinema.
Caio pediu para Velasquez acompanha-las durante o passeio, mas Iara não aceitou, mesmo com a insistência do rapaz.
Por fim Caio desistiu.  
Ele e Beatriz então se arrumaram e foram para o Cucina Dolce, pois aquele seria o primeiro dia dos dois à frente do restaurante. Teriam muitas coisas para organizar e Chef Tulio queria repassar algumas minucias a respeito das documentações e prioridades do escritório para os próximos dias.

Era provável que não conseguissem chegar mais cedo afinal.

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Desculpem a demora meus lindos ta ai ó
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sexta-feira, 24 de maio de 2013

Capítulo 11 - Parte 19


Logo que saíram da farmácia, entraram no automóvel que estava estacionado a poucos metros do estabelecimento e partiram pra descobrir qual era a tal surpresa.
Beatriz não entendeu quando Caio a levou até o aeroporto. Sentaram no saguão por alguns instantes e logo ouviram começaram a ouvir diversos anúncios de saídas e chegadas, informações de portões para checkin e ultimas chamadas para voos.
Uma chamada porém, fez com que Caio levantasse e a levasse até o setor de desembarque. Beatriz não estava prestando muita atenção e ficou sem entender quando Caio a segurou pela mão e a conduziu até aquela área do aeroporto.
Eles pararam logo que se aproximaram dos portões e ficaram esperando, Beatriz não sabia por quem.
- Quem está chegando¿ - Ela estava muito curiosa, não conseguia esconder.
Caio apenas sorriu para ela, e não respondeu.
Beatriz fechou a cara, já estava irritada com tanto mistério.
Mas a irritação passou assim que viu as duas silhuetas que se aproximavam dela, saindo do desembarque.
Ela ficou sem ação, correu e abraçou a mãe e a irmã. Ficaram naquele abraço por alguns instantes, até que ela se virou para Caio, com um sorriso bobo no rosto.
- Obrigada! Eu jamais imaginaria! – Ela se aproximou dele e o abraçou, dando-lhe um beijo suave em seguida e novamente se afastando para ficar próxima da mãe e da irmã.
Tinha sido difícil esconder aquilo dela durante os últimos 3 dias, desde que Caio entrara em contato com a mãe de Bia, para convida-la a vir passar uns dias com eles.
Enquanto ela estava tomando banho Caio vasculhou o celular dela atrás do telefone da mãe, o gravou no seu Iphone e assim que ficou sozinho novamente ligou para Iara.
Se apresentou como o namorado de Bia e explicou que estavam morando juntos e que gostaria de conhece-los para pedir a filha formalmente em namoro.
“Muito romântico”, pensou Iara quando desligou o telefone.
Falou com Jorge, seu marido e ele disse para que ela viesse com a filha mais nova, Lara, já que a empresa do gênero alimentício da família não podia ficar sem um “comandante”.
E assim, 2 dias depois daquele telefonema, elas embarcaram rumo a São Paulo, para conhecerem a nova vida e o novo amor de Beatriz.
“Nossa que gato”, foi o comentário de Lara assim, que avistou a irmã e o namorado ao lado do portão de desembarque esperando.
Lara tinha 16 anos e era uma adolescente em sua melhor fase. Era estudiosa e desinibida, não tinha papas na língua e o filtro  cérebro-boca as vezes custava em funcionar. Sendo que dessa forma, eram constantes os olhares de reprovação do pai e da mãe com relação a algum comentário impróprio da menina.
Iara cutucou a filha mais nova, enviando um silencioso aviso para que se comportasse – e segurasse a língua – pois seria melhor assim..
Depois que abraçaram Beatriz, Iara e Lara cumprimentaram Caio, agradeceram pelo convite e foram buscar sua bagagem.
Quando tinham as malas em mãos, Caio e Beatriz as conduziram até o carro. A viajem até em casa foi repleta de perguntas sobre o restaurante, a vida em São Paulo e o relacionamento dos dois.
Lara os bombardeava com perguntas de todos os tipos- até uma em que indagou Caio se ele tinha um irmão tão bonito quanto ele para apresentar-lhe – Caio apenas ria.
Ele adorou Lara logo de cara.
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Bom findi a todos!
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quinta-feira, 23 de maio de 2013

Capítulo 11 - Parte 18


Assim que tudo estava pronto, Caio foi até a cozinha em busca de Beatriz e a encontrou numa conversa mito animada com sua mãe.
- Nossa que coincidência, eu adoro aquela região, já fui pra lá muitas vezes e sempre que posso eu volto.- Alice  estava muito empolgada na conversa, tinha um sorriso largo no rosto e os olhos brilhavam como duas pedras preciosas.
- Deveríamos ir juntas lá qualquer dia, pois conheço alguns lugares em que geralmente não levam os turistas, só a população local conhece.- Beatriz a respondeu com o mesmo brilho no olhar e Caio percebeu que elas haviam descoberto alguma coisa que ambas se interessavam  genuinamente.
- Eu acharia ótimo, podemos combinar sim.
-Epa, mas eu vou junto – Caio se intrometeu na conversa, entrando na cozinha e sentando-se num banco atrás de Bia, puxando-a para seu colo.
- Quanto a isso nós ainda temos que discutir – Alice falou em tom brincalhão, Caio estreitou um pouco os olhos e olhou para Bia.
- E o que vocês pensam em aprontar nesse lugar de tão bom assim hein¿ - Beatriz deu uma risadinha e olhou para Alice com cumplicidade.
- Seu eu contasse perderia a graça. – Caio estreito um pouco mais o olhar e franziu a testa.
- Hmm, muito bem então, acho que teremos que levar essa questão mais afundo, mais vai ter que ficar pra mais tarde, porque agora, meu bem, temos que sair.
Beatriz identificou naquelas palavras uma deliciosa ameaça para mais tarde, mas como Caio havia dito, teria que esperar.
- Então vamos, com licença Alice, até mais tarde. – Beatriz levantou-se e deu um beijinho no rosto da mãe de Caio.
Ele repetiu o gesto da moça e saíram de mãos dadas em direção à garagem.
- Pra onde vamos¿ - Beatriz estava muito curiosa e isso transparecia claramente em sua voz.
Caio apenas riu e balançou a cabeça, não iria contar nada.
Beatriz resolveu não insistir, iria descobrir logo, de uma forma ou outra.
Caio a olhou por alguns instantes e ficou sério antes de falar.
- O Pedro vai nos acompanhar a distancia com outro carro, caso aquele cretino resolva nos seguir de novo e eu pedi para ele contratar também mais um homem para ajudar na segurança.
Beatriz abriu a boca para protestar, mas Caio a silenciou colocando um dedo em frente aos seus lábios.
- Não discuta sobre isso, não quero que corra nenhum risco até termos dado um jeito na situação. De agora em diante será assim, aonde formos, teremos segurança. – Caio estava muito sério, o olhar endurecido, ele não abriria mão daquilo.
- Até no Cucina Dolce¿ - Beatriz parecia assombrada.
- Sim, até no restaurante. – Ele a fitou por alguns instantes para avaliar a reação de Bia. Ela baixou o olhar para o chão e balançou a cabeça resignada.
Caio a conduziu até o Veloster e abriu a porta do passageiro, assim que  ela estava acomodada ele fechou a porta e se afastou um pouco do carro, pois Pedro estava parado a alguns metros de distância, acompanhado de um homem vestindo um terno preto.
Beatriz observou o homem desconhecido por alguns instantes e chegou a conclusão que ele deveria ser o novo segurança. Ele tinha a pele morena, quase negra, olhos pretos grandes e cabelos em dreads curtos. Era forte e alto e tinha uma aparência séria e profissional.
Caio se aproximou dos dois e apertou a mão de ambos. Conversou com os dois por alguns instantes e perguntou alguma coisa para Pedro. Beatriz se assustou quando viu ele e o outro homem colocarem uma das mãos na parte de dentro do terno e retirarem uma arma cada um.
Caio olhou para cada uma delas, assentiu com a cabeça despediu-se dos dois, que guardaram as armas nos coldres escondidos sob o terno e foram em direção ao outro carro.
Caio chegou ao Veloster e entrou.
Beatriz o encarou por alguns instantes antes de perguntar.
- Aquele era o novo segurança¿
- Sim, pode chamar ele de Velasquez.- Caio a olhou de canto, tentando avaliar a situação.
- E porque as armas¿ - Beatriz estava séria, olhando para a pilastra que havia à frente do carro estacionado.
- Para o caso de precisarmos de ajuda, não sabemos o quanto Daniel pode ser perigoso e é melhor sermos precavidos.- Caio suspirou, estava ficando irritado .
-  Eu não acho que seja necessário que eles carreguem armas, o Daniel não faria nada que pusesse  a própria vida em risco. – Beatriz não gostava daquela situação e achou melhor deixr claro seu ponto de vista.
Caio suspirou profundamente e respondeu num tom seco.
- Isso não vai mudar a minha decisão, eles vão sim levar as armas e nada que você fale vai interferir.
É, ele estava realmente muito irritado e Beatriz resolveu deixar o assunto de lado, pelo menos por enquanto, para evitar um atrito maior.
- Eu não desisti, ainda vamos conversar sobre isso. – Ela advertiu ele num tom brando.
Caio balançou a cabeça frustrado, ligou o carro e manobrou para sair da garagem.
Assim que ganharam a rua Beatriz virou-se para fita-lo, ele estava com os lábios fechados, formando uma linha rígida, os olhos não brilhavam de alegria, ele estava muito bravo mesmo.
Mas ela tinha que fazer um desvio e como ele estava dirigindo teria que informa-lo onde queria ir.
- Eu preciso ir a uma farmácia, aplicar meu remédio.
A expressão de Caio mudou para preocupação e ele a olhou imediatamente.
-Que remédio¿ VocÊ está doente¿ Porque não me contou¿
Beatriz riu com a  quase histeria dele e apressou-se em responder.
- Não estou doente, eu tomo anticoncepcional injetável e hoje é dia de fazer a aplicação mensal.
- Oh! Você nunca havia me dito isso.- Caio levantou as sobrancelhas, de fato eles não haviam tido aquela conversa, usaram preservativo nas primeiras vezes e depois acabaram não usando mais e ela achou que Caio tivesse deduzido que Bia fazia o uso de algum método contraceptivo.
- Você nunca me perguntou – Beatriz respondeu com o ar mais inocente que conseguiu fazer, mas estava segurando o riso.
Caio a olhou de soslaio e sorriu também.
- Quanto sarcasmo senhorita.
- Eu¿ Sarcástica¿ Impressão sua. – Agora ela ria abertamente, não podia se segurar.
-Então vamos a farmácia, por favor.
Caio sacou seu Iphone e ligou para Pedro, que os seguia no outro carro.
- Pedro, vamos fazer um breve desvio, apenas nos siga de longe.
Assim que deu seu recado, Caio desligou e Beatriz ficou imaginando se Pedro havia tido tempo de responder, ela achava que não.
Então sem avisar com antecedência Caio fez uma curva fechada para a esquerda, e Beatriz precisou se segurar para não bater contra a porta do veículo.
- Então vamos à farmácia resolver esse problema – Dito isso Caio acelerou um pouco mais, enquanto Beatriz ria baixinho ao seu lado.
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Aí amores, boa leitura e lembrem-se, duvidas em:
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quarta-feira, 22 de maio de 2013

Capítulo 11 - Parte 17


Uma névoa branca cobria todo o banheiro. Atrás do vidro do box, podiam-se ver duas silhuetas muito próximas, tão próximas que olhando de relance pareciam uma coisa só. Alguns gemidos abafados escapavam daquele espaço, o ambiente estava quente, não só pela água escaldante que escorria da ducha, mas pelo que podia ser presenciado por quem olhasse de fora.
Caio e Beatriz estavam enroscados, encostados em uma das paredes do box ele de pé e ela com as pernas em volta da cintura dele, num movimento constante e delicioso.
Os cabelos molhados dela estavam grudados sobre o corpo e a agua escorria entre os dois, criando uma sensação única contra a pele que estava sensível.
Caio sentiu Beatriz começar a apertar o espaço entre as coxas e se contorcer, ele sabia que ela estava próxima do clímax.
- Ai Caio!
Ele começou a penetra-la com mais força, imprimindo um ritmo constante e que a fez arquear as costas para frente enquanto gozava de forma barulhenta, gritando o nome dele e se perdendo na sensação sublime que era tê-lo dentro dela.
Ao ouvi-la chegar ao clímax Caio gozou junto, de forma igualmente barulhenta, deixando-se levar até aonde todo aquele prazer poderia transportá-lo, ficou ofegante, com o coração acelerado e a mente completamente vazia.
Beatriz desenroscou as pernas dele e se firmou hesitante no chão. Ele não a soltou, pelo contrário, a puxou para mais perto, sob a agua quente da ducha e a beijou apaixonadamente.
Era incrível o que ela conseguia fazer com ele, com seu corpo e com o que ele sentia a respeito da vida, do trabalho, dela e até de si mesmo.
Beatriz o havia desconstruído e refeito de uma maneira melhor, cada parte dele estava estrategicamente encaixada para faze-la feliz e ele aceitava isso sem questionar o porque.
Quando saíram do banho estavam relaxados, toda a tensão do jantar e da preocupação com o andamento da noite havia se esvaído durante o sexo. Agora só restavam a calma e a tranquilidade, já que o descanso alcançariam juntos, na cama.
Assim que vestiram seus pijamas deitaram-se na cama, formando uma concha e antes que pudessem dizer qualquer palavra um para o outro já haviam adormecido.
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Alice teve um sono agitado, rolou de um lado para o outro na cama, quando cochilava, via os olhos intensos de Tulio a mirando e acordava suada, tentando entender o que aquilo podia significar.
A noite com ele havia sido intensa, apesar de conversarem pouco, a todo o momento olhares dele na sua direção a faziam pensar o que estava acontecendo.
E aquele olhar a havia perseguido até seus sonhos. Alice ficou irritada.
“Caramba, você é adulta, madura, e fica aí sonhando feito uma adolescente apaixonada por um colega da escola”.
Ela estava se sentindo ridícula por estar daquele jeito por causa de um homem que ela tinha certeza que não a amava, pelo menos não mais.
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Tulio estava confortavelmente sentado em uma das poltronas de sua sala de estar, lendo sua revista favorita, ou melhor, tentando ler sua revista, pois seus pensamentos estavam muito longe dali.
Após chegar do jantar na casa do filho, ele tomou um longo banho e foi para a cama tentar dormir. Mas não conseguiu. Rolou de um lado para o outro tentando pegar no sono, mas Alice não saía de sua cabeça.
Ela continuava tão bonita quanto antigamente e vê-la depois de tantos anos havia mexido com ele.
Quando estavam próximos ele sentia uma atração intensa por ela, uma força inexplicável, que o pedia para estar cada vez mais perto. Queria imensamente tocá-la, sentir o perfume dela e poder beijá-la, mas não parecia ser isso que ela queria.
Alice havia se mostrado fria e distante durante toda a noite, embora vez ou outra ele a pegasse fitando-o com um olhar que ele não conseguiu decifrar.
Ele estava frustrado, se sentindo bobo, da mesma fora que havia acontecido há quase 26 anos, quando a viu pela primeira vez.
Parecia ter vinte e poucos anos de novo, com o coração aos pulos só de lembrar dela e acompanhado de um ereção constante desde que a viu em pé a sua frente na casa de Caio.
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Beatriz acordo com os raios de sol iluminando sua face, aquecendo as bochechas e fazendo-as corar levemente.
As cortinas que cobriam as imensas h=janelas do quarto estava afastadas, dando espaço para os raios solares entrarem e se instalarem por todo o ambiente, trazendo calor e conforto logo cedo.
Bia abriu os olhos e encontrou Caio fitando-a. Ele estava completamente vestido e tinha os cabelos molhados.
- Bom dia linda. – Ele disse, dando um beijo rápido nela e sorrindo.
Beatriz espreguiçou-se, bocejou e respondeu também sorrindo.
- Bom dia lindo, que horas são¿
Caio olhou o relógio de pulso rapidamente antes de responder:
- São 09:00 horas, relaxa amor ainda é cedo.
- Ahh, que bom então vou dormir um pouco mais – Beatriz falou enquanto virava para o outro lado para cochilar de novo.
- Ah, não vai não, eu tenho outros planos pra nós.
Ela sentiu um delicioso arrepio descer pelas suas costas quando caio afastou os cabelos dela para o lado e começou a beijar sua nuca.
- E o que seus planos incluem¿
Caio sorriu contra a pele dela e respondeu
- É uma surpresa, agora trate de levantar daí e se arrumar.
Beatriz desistiu do cochilo, afastou as cobertas e saiu da cama em direção ao armário, para procurar algo para vestir.
- E pra onde nós vamos afinal¿
Caio sorriu misteriosamente e balançou a cabeça.
- É surpresa, não vou contar, pode vestir o que quiser.
Beatriz deu de ombros e voltou-se para sua tarefa.
Caio ficou observando enquanto ela se vestia, até ser distraído pelo toque do seu telefone, que estava dentro do bolso da sua calça jeans.
Ele sacou o telefone e saiu do quarto para atender. Beatriz ficou intrigada, mas não deu muita bola.
Depois de se vestir e ir ao banheiro escovar os dentes e arrumar os cabelos, Beatriz saiu atrás de Caio, o encontrou na sala, ainda falando ao telefone.
Quando viu que ela se aproximava, ergueu o dedo pedindo um minuto Bia então foi para a cozinha, falar com Marie, encontrou Alice sentada tomando café e foi cumprimenta-la.
- Bom dia Alice, tudo bem¿
- Bom dia Bia, tudo bem sim e você¿
- Tudo ótimo, quer companhia.
- Ah sim eu adoraria!
Beatriz sentou ao lado de Alice, serviu-se de café e as duas começaram a conversar.
Enquanto isso, na sala, Caio combinava com seus contatos os detalhes da surpresa que havia preparado para Beatriz, algo que ela com certeza iria adorar, mas que ele estava um pouco inseguro em enfrentar.
Mas por Beatriz, ele era capaz de muitas coisas, muitas mais até do que ele se imaginava preparado para suportar.

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Aí amoores, caprichado pra vocês, espero que gostem, qualquer coisa perguntem lá no
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terça-feira, 21 de maio de 2013

Capítulo 11 - Parte 16


Assim que todos se despediram e foram, depois de uma série de elogios e parabenizações pela conquista dos dois, Caio e Beatriz puderam finalmente respirarem aliviados.
O jantar tinha sido impecável e todos haviam saído aparentemente muito felizes dali. Até Chef Tulio, que geralmente chegava e saia carrancudo tinha um sorriso bobo estampado no rosto durante toda a noite.
Alice estava sentada em um dos sofás, com um olhar distante. Estava claramente pensando ou lembrando de alguma coisa. Caio se aproximou dela e pegou sua mão.
- Tudo bem mãe¿
Alice o olhou e sorriu. Ele era parecido com Chef Tulio, os traços angulosos do rosto, a boca chamativa e as sobrancelhas arqueadas eram iguais em ambos.
Ela não sabia como Caio ou seus colegas e até mesmo Beatriz nunca haviam percebido as semelhanças entre eles.
Ela foi desperta de seus pensamentos quando o filho se aproximou e segurou sua mão, perguntando em seguida se ela estava bem.
- Eu estou bem sim, só cansada da viajem e da noite. – Ela respondeu sorrindo
- Então acho que a senhora deveria ir se deitar e descansar. – Caio falou com ela sério, mas os olhos refletiam uma certa preocupação.
- É você está certo, vou fazer isso, boa noite para vocês – Enquanto falava Alice se levantou e deu um beijo no rosto do filho, repetindo o gesto com Beatriz. Subiu as escadas e foi apara o quarto de hóspedes.
Enquanto ela se afastava, Caio olhou para Beatriz, que observava Alice com um olhar diferente.
Ele se aproximou dela e a abraçou.
- Hoje o dia foi cheio, não é¿ - Caio perguntou enquanto dava suaves beijos no pescoço de Beatriz, fazendo-a se arrepiar.
- Sim, foi. – Ela respondeu enquanto suspirava.
- Muito cansada¿ - Caio perguntou fitando-a nos olhos.
- Acho que não tanto fisicamente, mas psicologicamente estou exausta.
Caio a fitou por alguns instantes e assentiu com a cabeça.
- Eu também. Banho e cama¿- Beatriz tentou identificar no tom de voz dele algo que sugerisse segundas intenções, mas não encontrou nada. Um sentimento de decepção a atravessou, mas ela não deu importância.
- Sim, acho que sim.
Caio segurou a mão dela e a conduziu pelas escadas até o quarto, onde foram direto para o banheiro.
Beatriz pensou que ele iria preparar a banheira, e se surpreendeu quando Caio foi em direção ao chuveiro.
Ele girou alguns botões e testou a água algumas vezes, então se virou para ela e sorriu.
- Você vai tirar a roupa ou eu vou ter que fazer isso¿
Beatriz sentiu o sangue gelar quando um arrepio de prazer a percorreu com a sugestão dele. Ela deixou por alguns instantes a vergonha de lado e sorriu em resposta.
- Você tira.
Caio sentiu as palavras dela como um delicioso afago no seu membro que já estava duro dentro das calças.
Ele se aproximou dela lentamente, com um olhar predador que era de tirar o fôlego.
Beatriz arquejou quando Caio a puxou repentinamente para mais perto dele e grudou os lábios aos seus.
Todo o cansaço foi se esvaindo a medida que ambos eram consumidos por aquele beijo voraz. Suas línguas duelavam de igual para igual, numa mistura de movimentos que os deixava cada vez mais excitados.
Quando se afastaram, estavam sem fôlego.
Caio segurou a barra do vestido que Beatriz usara durante a noite e o retirou, puxando-o por sobre a sua cabeça.
Beatriz viu os olhos dele se arregalarem e Caio passar instintivamente a língua sobre os lábios ao ver a combinação que ela vestia.
Um corpete rosa claro com rendas delicadas,  meias finas brancas e cinta-liga da mesma cor da peça de cima.
Um sorriso presunçoso brotou dos lábios dele e Beatriz retribuiu com um olhar sedutor.
Beatriz segurou a gola da camisa de Caio e o puxou mais para perto, grudando seus lábios aos dele.
Enquanto se beijavam, Bia começou a abrir os botões da camisa dele um a um, deslizando os dedos delicadamente pelo pedaço de pele do peito que ficava exposta entre cada um dos botões.
Ela empurrou a camisa dele para baixo puxando a partir dos ombros. Caio sorriu e começou a atacar o pescoço de Beatriz, deslizando sua língua por toda a extensão e dando leves mordidas em alguns pontos estratégicos, que ele sabia que causavam intensos arrepios nela.
De repente, Caio colocou ambas as mãos na cintura dela e a virou de costas, abraçando-a por trás. As mãos deslizaram rapidamente para os seios dela, passando por dentro do corpete.
Beatriz suspirou e projetou o corpo para frente, pressionando os seios contra as mãos dele. Caio começou a explorar os mamilos dela com os dedos, apertando suavemente e vez ou outra beliscando com certa intensidade, provocando ondas de dor e prazer ao mesmo tempo.
A sensação era sublime.
Depois de alguns instantes caio a soltou e passou a abrir os fechos do corpete um a um e numa lentidão dolorosa.
Quando a peça caiu no chão, Beatriz a chutou para o lado, Caio passou a beijar-lhe os ombros. De repente ele parou e sussurrou no ouvido de Beatriz.
- Posso toca-la¿ - Demorou alguns instantes até que Beatriz assimilasse ao que ele se referia, mas logo ela entendeu que ele queria tocar sua tatuagem.
Nunca ninguém havia feito aquilo, ela não permitira ninguém encostar naquela parte de sua pele.
- Sim – Ela concordou, fechando os olhos e inspirando fundo, se preparando para o que viria.
Caio então começou a deslizar o dedo indicador suavemente por todos os traços da tatuagem dela, contornando cada linha, cada detalhe. Um toque tão suave que Beatriz mal podia senti-lo contra sua pele.
Quando já havia contornado a tatuagem em toda sua extensão, Caio começou a aplicar beijos suaves nas costas dela. Primeiro na parte onde as asas nasciam, indo para a parte em que arqueavam no topo das costas e descendo por ambas as laterais, beijando delicadamente cada pedaço do desenho.
Beatriz estremecia a cada toque dos lábios dele em sua pele, mas não de medo, ela estremecia de prazer, um prazer intenso que ele lhe causava ao demonstrar através daqueles simples toques o quanto a amava.
Amava ao ponto de esquecer o motivo pelo qual ela marcara sua pele com aquele desenho. E fazia ela imensamente feliz por isso.
-Fale pra mim- Beatriz falou quase num sussurro.
- Falar o que¿ - Caio ainda beijava as costas dela
- Me chame de anjo, quero ouvir isso da sua boca.- Beatriz falou baixo, mas com a voz determinada.
- Tem certeza¿ - Caio parecia em duvida quanto a atender o pedido dela.
- Sim, tenho.
Ele beijou as costas dela novamente, e mais uma vez, e enquanto seus lábios ainda encostavam na pele dela ele sussurrou
-Meu anjo
Beatriz fechou os olhos e inspirou fundo.
-De novo
Caio continuou a beija-la e dessa vez falou mais alto
-Anjo, meu anjo.
Beatriz expirou e sentiu alivio quando percebeu que aquela palavra não a incomodava mais se dita por Caio, ela não sentia nada além de amor quando ele a chamava daquela forma.
A constatação daquilo fez seu coração se inflamar  e todos os seus sentidos ficarem um pouco mais aguçado.
Caio ainda a beijava, estava agora na altura da nuca, onde havia afastado os cachos dela para o lado e chupava suavemente a região logo abaixo do cabelo.
Uma onda intensa de prazer travessou todo o corpo de Beatriz e ela gemeu alto.
Caio sorriu contra o pescoço dela, virou-a de frente para ele e grudou seus lábios aos dela mais uma vez.
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Pronto amores, hoje eu me empolguei pra escrever e minha inspiração voltou rs rs
bjo bjo 
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segunda-feira, 20 de maio de 2013

Capítulo 11 - Parte 15


Caio pensou que ou estava muito enganado ou Chef Tulio estava dando em cima de sua mãe descaradamente.
“Não pode ser” – ele pensou, mas ficou incomodado com aquilo. Resolveu esquecer para não atrapalhar aquela noite que estava sendo ótima, mas teria que pensar a respeito daquilo mais tarde.
Beatriz olhou Caio sem entender a expressão carrancudo que ele tinha. Por baixo da toalha de mesa, apertou o joelho dele.
 Ele a olhou e sorriu.
Beatriz suspirou, teria que perguntar depois  que estava acontecendo.
Marie entrou no ambiente, acompanhada por Pedro, ambos carregando bandejas com taças.
A sobremesa havia chegado.
Depois que todos foram servidos, o que se pode ouvir foi uma sucessão de pequenos gemidos de satisfação, a medida que um a um os amigos ali presentes degustavam o Tiramisú que Bia e Caio haviam preparado mais cedo, naquele dia.
Quando todos já haviam terminando, Caio convidou-os para se juntarem a ele na sala, para mais uma taça de vinho e um bate papo.
Quando todos estavam reunidos, Chef Tulio tomou a decisão de anunciar naquele instante, quem ele havia escolhido para tomar conta do Cucina Dolce na sua ausência.
- Eu gostaria que vocês prestassem atenção em mim por alguns instantes, tenho algumas coisas importantes para falar.
Todos se viraram para encara-lo, mas ele não se intimidou.
- Eu sei que me comprometi a anunciar amanha quem será escolhido para tomar conta do restaurante na minha ausência, mas como todos os interessados estão aqui presentes, não vejo porque adiar mais esse comunicado.
Enquanto todos continuavam a fita-lo ele pigarreou para limpar a garganta e continuou.
- Bem, Anna, você foi a primeira a ser testadfa e teve alguns problemas que não conseguiu contornar e que se acontecessem na minha ausência, acabariam por afastar alguns clientes, então eu acho que você deve concordar comigo que não está pronta para esse cargo.
Anna assentiu, pois ela mesma já tinha chegado a essa conclusão ainda no dia em que tudo acontecera.
Chef Tulio continuou
- Beatriz, você conseguiu contornar a situação com o fornecedor muito bem, teve jogo de cintura para lidar com ele e soube ser forte e coloca-lo contra a parede. Confesso que pensei que você iria ficar intimidada pelo Salvador, mas você me surpreendeu. E teve também o problema com a Vitória que naquele dia em especial ficou atormentando o seu trabalho e tentando criar problemas todo o tempo.
Você demonstrou ser muito paciente e competente e essas são qualidades imprescindíveis para alguém que quer estar no comando de um restaurante.
Beatriz olhou para Chef Tulio e sorriu, seus olhos brilharam de expectativa.
Ele lhe retribuiu o sorriso e prosseguiu.
- Caio, você foi o ultimo a ser testado e também tee algumas dificuldades. Enfrentou problemas com atrasos e teve que lidar com clientes insatisfeitos e para minha surpresa, foi muito criativo na solução dos problemas.
Além do mais, acho que nunca vi aquela cozinha tão organizada como quando você ficou no comando.
Dessa forma acho que o mais sensato é que vocês dois, fiquem responsáveis pelo restaurante na minha ausência, pois juntos farão um serviço exemplar e manterão o bom nome do Cucina Dolce na minha ausência.
Quando terminou de falar, Chef Tulio respirou fundo, tomando folego, olhou para as expressões de espanto de Caio e Beatriz e sorriu.
Todos estavam surpresos com a decisão que ele havia tomado, jamais iriam imaginar que ele deixasse dois de seus Chefs no comando do restaurante. Aquilo havia pego todos de surpresa.
Um a um, os companheiros vieram dar as felicitações a Caio e Bia, abraçando-os ou apertando  a mão de ambos.
Os últimos foram Chef Tulio e Alice, que trocaram olhares tímidos enquanto esperavam por sua vez de parabenizar o casal.
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Desculpem a demora, mais hoje tive dificuldades para me concentrar
rs rs
beijos e boa noite a todos
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sábado, 18 de maio de 2013

Capítulo 11 - Parte 14


A constatação repentina do que ainda sentia por Alice, fez Chef Tulio começar a repensar o que nutria por Beatriz.
Mas ele afastou aquele pensamento, teria tempo mais tarde para remoer aquilo.
Marie se aproximou de onde eles estavam e falou:
- O jantar será servido!
Aos poucos todos foram se dirigindo para o outro cômodo, onde seria servido o jantar.
Tulio e Alice acabaram ficando um pouco para trás do grupo e ele percebeu ai uma oportunidade de trocar algumas palavras a sós com ela.
Tulio segurou o braço de Alice suavemente, o eu fez com que ela se virasse para encara-lo.
O coração dos dois estava aos pulos, mas nenhum queria dar o braço a torcer.
- Podemos conversar um minuto¿ - Ele a fitou sério e a expressão dela espelhou a sua.
Alice apenas assentiu com a cabeça e o seguiu para a parte mais afastada do cômodo.
Quando ficaram frente a frente, Tulio a olhou demoradamente, vasculhando na expressão dela, algum traço que denunciasse como Alice se sentia com relação a ele.
Não encontrou nada.
Mas o que Tulio desconhecia, era que ela se sentia da mesma forma que ele, como uma colegial em frente ao rapaz que gostava pela primeira vez.
Com o coração aos pulos, Tulio se obrigou a começar a falar.
Respirou fundo e segurou um suspiro.
- Eu iria viajar para te encontrar, precisamos conversar sobre o Caio. – Ele falava com os olhos fixos nos dela, a expressão preocupada.
- Eu resolvi vir de ultima hora e voltarei amanha no fim da tarde, ou segunda feira, tenho muitas coisas para resolver. – Ela encarava Tulio, tentando conter a expectativa na voz.
- Hmm, entendo, eu poderia levar você até lá, pois irei na segunda feira também. – Ele sentiu uma onda de calor invadi-lo com aquela informação, poderia ter a chance de passar um pouco mais de tempo com ela, caso Alice aceitasse sua oferta.
Alice ficou quieta por alguns instantes, ponderando a ideia.
Não tinha certeza de que aquilo fosse uma boa ideia. Já haviam passado muitos anos desde que estivera com Tulio a ultima vez, talvez ele tivesse mudado. Ou talvez não. Ela estava tentada a aceitar a oferta dele, bastava que ele demonstrasse o mínimo interesse em ter uma conversa a respeito do passado.
Como se tivesse adivinhado os pensamentos dela, Tulio acrescentou.
- Acho que temos assuntos pendentes, referentes ao passado para conversar, tenho algumas coisas para explicar.
Foi o que bastou para que um sorriso satisfeito se espalhasse lentamente pelo rosto de Alice.
- Tudo bem, acho que podemos ir juntos sim, sem problemas.
Ela se afastou dele e foi para a sala.
Tulio ficou ali mais alguns instantes, tentando acreditar na resposta que tivera e memorizando o sorriso mais lindo que tivera a satisfação de vislumbrar em muitos anos.
Logo, ele se juntou com os demais à mesa.
Durante o jantar tudo correu bem. Os convidados riram dos motivos que levaram Caio e Beatriz a prepararem duas variedades de carne tão distintas.
Eles apenas se entreolharam e sorriram.
Chef Tulio passou quase todo o jantar calado, olhando furtivamente para Alice e as vezes sendo premiado quando os olhos dela encontravam os seus.
- E então Chef Tulio, para onde vai ser sua viajem¿ - Vinicius perguntou, demonstrando legitimo interesse.
Por alguns instantes ele refletiu se deveria contar ou não qual era seu destino, mas resolveu falar a verdade.
Eu vou pra uma cidadezinha do interior, próximo da onde a Alice mora, pra buscar mais alguns parceiros para o restaurante.
Os olhos de Caio dispararam para Chef Tulio, afinal como ele sabia onde sua mãe morava¿ Algumas duvidas despontaram em sua cabeça, e ele teria que conversar mais tarde com sua mãe para que ela as respondesse.
- Nossa, que interessante, parceiros para que tipo de produtos¿ - Vinicius tinha as sobrancelhas erguidas ao perguntar, parecia surpreso.
- Vinhos e queijos.- Chef Tulio falou com um  pequeno sorriso nos lábios, que estavam ligeiramente curvados para cima.
- Uau! – foi a resposta de Vinicius.]
- Eles tem uma ótima produção de uvas naquela região, o que resulta em um vinho de ótima qualidade, e os queijos, não há comparação.- Chef Tulio falava demonstrando conhecer o assunto e ter real interesse por aqueles de maneira especifica.
- Que formidável, tomara que sua viajem traga os resultados esperados.
Com uma olhada derradeira para Alice e um sorriso que mostrava os dentes da frente, Chef Tulio respondeu.
- Espero o mesmo.
Alice baixou o olhar e sentiu suas bochechas esquentarem.
Será que ela tinha entendido o que ele realmente queria dizer¿ Ou era a mente dela lhe pregando peças¿
Ambos eram prováveis e ela sentiu a ansiedade pela viajem crescer dentro dela.
Muita coisa poderia acontecer nessa viajem e a expectativa começou a se instalar dentro dela.
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Ótima leitura a todos e aproveitem o sabadão!
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Ahh! Obrigada pelos mais de 4035 acessos!
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sexta-feira, 17 de maio de 2013

Capítulo 11 - Parte 13


- Nossa que coincidência! – Caio ergueu as sobrancelhas, surpreso, jamais havia imaginado aquilo. A expressão da mãe dele porém denunciava certo incômodo com a presença do Chef ali. Caio então ponderou que talvez eles pudessem ter tido algum envolvimento  na época em que se conheceram. Mas logo descartou a ideia, sua mãe não parecia fazer o tipo de Chef Tulio, ela era independente demais.
- É fazem mais de 25 anos que não nos víamos – Chef Tulio falou sorrindo e Caio percebeu que a mãe estava muito constrangida.
Alice deu alguma desculpa sobre não estar se sentindo bem e foi rapidamente ao banheiro para se recompor.
Sabia que aquele reencontro aconteceria algum dia, mas não estava esperando que ele acontecesse naquele dia.
Tulio não havia mudado muito. Alguns cabelos grisalhos aqui e ali, mas os olhos escuros e brilhantes continuavam os mesmos. O rosto anguloso ainda tinha todo o charme típico italiano e aquela voz grave e autoritária não havia mudado em nada.
Ela o amava quando foi embora da Itália,  e descobrir-se grávida dele ao chegar no Brasil, fez com que voltasse a procurar um amigo da época de faculdade e explicar-lhe a situação.
Ela sabia que seu amigo sempre fora apaixonado por ela e tinha uma situação financeira estável, apesar da pouca idade. Mas mesmo assim nunca o deixou se iludir. Desde o inicio deixou muito claro para ele que amava outro e que tentaria manter com ele uma relação tranquila e fiel.
E foi o que fez.
Durante os quase 20 anos que foram casados ela permaneceu fiel a ele, embora a fidelidade não fosse recíproca. Ela havia feito uma promessa e a cumpriria. Em troca, seu agora falecido marido havia criado Caio como seu filho, dado uma educação de qualidade ao rapaz e proporcionado a ele uma infância alegre e descomplicada.
Ela só tinha que agradecer a Alberto tudo o que ele havia feito por ela.
O que sentia por Tulio, com o passar do tempo adormeceu dentro do seu coração, mas não perdeu intensidade, estava apenas escondido em algum canto, hibernando, para agora, muitos anos depois da separação, voltar com tudo, numa bela noite em que viera visitar seu filho e sua nora.
Alice havia tentado esconder o que acontecia dentro dela em frente a Tulio, mas estava desconfiada que sua tentativa havia falhado. Pela expressão do rosto dele, Tulio com certeza havia percebido que mexera com ela e ainda havia Caio, que não sabia que aquele homem era seu pai biológico.
Ela sabia que deveria ter contado a verdade ao filho há muitos anos. Mas a situação cômoda em que estavam a deixou insegura, Caio havia sido um adolescente rebelde e problemático e saber na verdade talvez tivesse tornado tudo ainda pior.
Alice inspirou fundo e soltou o ar pesadamente, tinha que se recompor e voltar para perto dos outros ou então Caio logo viria procura-la para saber o que estava acontecendo e ela não teria como contar tudo para ele hoje, ainda não. Tinha que falar com Tulio primeiro e ver o que ele queria fazer.
Se Tulio não quisesse que ela contasse a verdade ao filho, ela não poderia faze-lo, em respeito ao que eles viveram, mas se sentiria profundamente decepcionada se essa fosse a vontade dele.
Alice lavou o rosto na pia do banheiro, expirou fundo mais algumas vezes e saiu, retornando a sala com um sorriso amigável e feliz nos lábios.
Caio, Bia, Chef Tulio, Ana, Rodrigo, Gisele – a recepcionista e prima de Caio- e o marido dela e responsável pelas sobremesas no restaurante, Vinícius, estavam conversando animadamente na sala a respeito do restaurante, da competição e de uma ou outra gafe quie os clientes cometiam vez ou outra.
Chef Tulio virou-se para Vinicius e perguntou a ele.
- Eu ainda não entendi, Vinicius, porque você não quis participar da competição para a chefia do restaurante.- Chef Tulio parecia realmente interessado em saber.
- Bom, eu gosto de fazer as sobremesas, me sinto realizado onde estou e nem de longe quero todo o incômodo que é chefiar aquele restaurante. – Ele falou rindo, provocando o chefe, que também riu, balançando a cabeça.
- É realmente um bom motivo – Tulio respondeu rindo.
- Alguém gostaria de uma taça de vinho¿  - Caio tinha ido até o bar, no outro canto da sala e tinha uma garrafa de Pinot Grigio gelado nas mãos.
Ele viu 8 bocas se curvarem para cima instantaneamente e as cabeças assentirem. Beatriz se juntou a ele e o ajudou com as taças.
Depois que todos tinham em mãos o vinho delicioso, eles propuseram um brinde.
Alice havia se juntado ao grupo e tinha também uma taça de vinho em mãos. Havia tentado ficar ao lado do filho mas, um dos amigos dele havia contornado o grupo para olhar um quadro pendurado na parede e Chef Tulio a chamou para ficar a seu lado, para “colocarem a conversa em dia”. Ela suspirou e se resignou ao seu destino. Teria que encara-lo de perto e esconder aquilo que sentia mais um pouco.
- Um brinde a minha mãe, que resolveu dar o ar da graça nesta noite agradável e também ao Cucina Dolce e ao próspero futuro que se aproxima.
Ouviu-se o estalido de varias taças de cristal se encostando suavemente e Chef Tulio olhou por sobre a taça para Alice, enquanto tomava um gole do seu Pinot.
Ela retribuiu o olhar e sorriu.
Tulio perdeu o folego.
Ela ainda mexia com ele. De uma maneira que nem ele sabia que era possível, depois de quase 26 anos.
Ele a amava naquela época, mas ela teve que partir e nunca mais se falaram, até ela lhe dar a noticia, através de uma carta, que ele tinha um filho, Caio.
Ele deu emprego ao rapaz e o incentivou a se tornar um grande Chef, o que de fato havia acontecido. Mas ele nunca mais a havia visto e naquela noite, ao chegar a casa do filho e dar de cara com ela em pé a sua frente na sala, fez com que um turbilhão de sentimentos confundisse o seu coração como nunca havia acontecido antes.
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Postando antes hoje, porque está mtooo frio e eu quero ficar enrolada nas cobertas com marido, filme e um café bem quentinho à noite.
beijo amores
=o*
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quinta-feira, 16 de maio de 2013

Capítulo 11 - Parte 12


Ela estava sentada num dos sofás da sala, com uma das pernas cruzada sobre a outra. Vestia uma calça jeans justa, saltos altos e uma camisa soltinha e com flores em tons de azul claro, roxo e vermelho.
Assim que os viu, Alice se levantou do sofá e correu ao encontro de Caio, o abraçou dizendo:
- Que saudades filho! Já faz tanto tempo!- Enquanto falava ela continha um soluço que tentava lhe escapar da garganta, de fato, já fazia muito tempo que não via seu filho.
- Mãe, que saudade! – ele a abraçou pela cintura e levantou-a do chão, girando com ela no colo.
Alice gargalhou e Caio a soltou, rindo também.
Beatriz fitava os dois admirada, Caio nunca havia falado muito sobre sua mãe, mas vendo aquela legitima demonstração de carinho, Beatriz percebeu o quanto Alice era importante pra ele.
Caio olhou para Beatriz e viu que ela estava parada, olhando pra ele como que pedindo alguma coisa, até que ele se tocou e deu um tapinha na própria testa.
- Ah! Mãe, essa é a Beatriz, minha namorada. – Alice se adiantou e puxou Bia para um abraço caloroso, que ela retribui timidamente.
- Prazer minha querida, eu sou Alice.
Depois de alguns instantes, Alice soltou Bia e se virou de volta para encarar seu filho.
- Eu quase não acreditei quando você disse que ela era linda. Mas agora vejo que você não exagerou nem um pouco.
Caio e Bia coraram. Ela baixou os olhos para o chão e ele passou a mão nos cabelos da nuca.
- Bem agora que estamos apresentadas, eu quero saber que história é essa de vocês dois estarem morando juntos¿ - Alice falou, cruzando os braços e mudando sua expressão de alegre pelo reencontro com o filho para preocupada e também irritada.
Beatriz sentiu o ar fugindo de dentro dela, queria ter um buraco no chão pra se esconder naquele momento.
Caio fitou a mãe com um olhar severo. Ela fingiu não ver e insistiu.
- E então¿
Caio se aproximou de Beatriz e passou o braço pelo ombro da garota, que estava pálidae com os olhos arregalados.
- A gente decidiu que seria melhor assim. Gostamos um do outro e sinceramente mãe, o que fazemos não é da sua conta.
Alice arregalou ligeiramente os olhos. Caio nunca a havia enfrentado daquela maneira e percebeu que não iria adiantar encurrala-los daquela forma. Alguma coisa errada estava acontecendo e ela queria saber.
Ela pode perceber que eles realmente se gostavam, mas não era só isso, pela reação de Beatriz ela viu que eles escondiam algo dela e Alice iria fazer de tudo para descobrir o que era.
Mas não agora.
Ela relaxou os ombros e deu aos dois o seu mais glorioso sorriso de mãe super feliz. Que não era falso, pois ela realmente achava bom ele finalmente ter encontrado uma moça com quem decidisse não brincar.
Aquele pensamento a fez lembrar da adolescência de Caio e o quanto ele a havia feito se preocupar pois era muito parecido com Tulio, seu pai.
Não tinha compromisso com nada, até encontrar a culinária, que o fez criar certas responsabilidades no trabalho. Mas a vida pessoal dele era um caos.
Muitas festas e mulheres e consequentemente telefonemas policiais por arruaça e pequenas contravenções.
E ainda haviam as garotas que vez ou outra ligavam para lá tarde da noite atrás dele, contando como Caio as havia conquistado e abandonado.
Foi uma época difícil e, pelo jeito havia acabado. Finalmente.
Alice foi desperta de suas lembranças com o som da campainha. Viu Pedro atender a porta e uma porção de jovens entrar sorrindo, cumprimentando Caio e Bia efusivamente e em seguida ela, com muitos elogios a ela e também ao filho.
Desviando seu olhar novamente para a porta por alguns instantes sentiu suas pernas estremecerem e sentou-se rapidamente no sofá atrás dela para evitar cair.
Um par de olhos brilhantes a fitava intensamente, parado embaixo da soleira da porta da frente.
Por um segundo, Alice cogitou arranjar uma desculpa sobre uma dor de cabeça e ir para o quarto de hospedes, mas sua ideia foi por agua abaixo quando Caio deu o braço a ela e se encaminhou na direção do homem parado a porta.
- Mãe, esse é o Chef Tulio, ele é dono do restaurante em que trabalhamos.- Caio olhava para ela sorrindo, sua admiração por Chef Tulio era evidente.
- Alice, há quanto tempo, você está ótima- Chef Tulio pegou a mão de Alice e beijou suavemente. Ela tremeu com aquele toque.
- Realmente já faz algum tempo, é um prazer revê-lo também Tulio. – Ela se esforçou para sorrir para ele. Estava apavorada.
- Vocês já se conhecem¿ - Caio franziu as sobrancelhas durante a pergunta.
- Sim, nos conhecemos há muitos anos, na Itália, quando ainda éramos estudantes.
- Chef Tulio falou com um sorriso de canto nos lábios. Jamais imaginou que encontraria Alice aquela noite. Iria viajar para encontra-la dali a poucos dias e tê-la diante dele assim, sem esperar, foi uma agradável surpresa.
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Boa leitura a todos!
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