Assim que terminaram o banho,
Caio e Beatriz passaram na recepção para que ela assinasse a matricula e foram
para casa.
Assim que entraram pela porta da frente
sentiram o aroma delicioso que vinha da cozinha. Marie estava fazendo sua
mágica de novo.
- Nossa, que cheiro maravilhoso!
O que será que a Marie está inventando hoje¿- Beatriz estava faminta com todos
os exercícios que ela e Caio haviam feito na academia.
- Acho que conheço esse
cheirinho, o Chef Gerard me ensinou a fazer essa receita, que é original da
França, mas você sabe disso né. – Bia falou mais para si do que para Caio, que
fez questão de segui-la até a cozinha e poder apreciar a cena maravilhosa que
era Beatriz tentando decifrar os
ingredientes e temperos de um prato.
A simples lembrança o fez ficar
excitado.
Beatriz entrou na cozinha e foi
logo para o fogão xeretar as panelas. Marie apenas riu e deu espaço para ela
trabalhar. Caio ficou sob a soleira da porta, de braços cruzados, inspirando
fundo e admirando a cena.
Beatriz tirou a tampa da panela,
fechou os olhos e inalou o aroma profundamente. Foi até uma gaveta e pegou uma
colher. Voltou até o fogão e mergulhou o talher a panela, retirando uma pequena
porção do alimento que estava cozinhando.
- Hmmmm, ela geeu de satisfação
ao experimentar o que Marie estava preparando.
Caio arquejou.
- Pimentões, cebola, alho,
abobrinha, berinjela, pimenta do reino, louro e manjericão. Ah! Como eu gosto
de um bom ratatouille.
Caio sorriu, passou a língua pelos
lábios vagarosamente e se aproximou de Bia, pegou a colher das mãos dela,
mergulhou na panela e também experimentou aquela delicia.
Caio e Beatriz começaram a por a
mesa para o almoço, enquanto Marie terminava o ratatouille. Assim que a mesa
estava posta, abriram uma garrafa de vinho branco e fizeram sua refeição.
Depois do almoço, foram até o
quarto para se trocar. Caio colocou jeans, camisa gola polo branca com listras
azuis na altura do peito e All Star. Beatriz optou pela combinação que mais
gostava, jeans, All Star e camiseta de banda, a escolhida da vez foi Blind
Pigs.
O casal estava ansioso para
chegar ao Cucina Dolce, pois pela lógica restavam apenas Caio e Vitória para assumir
a cozinha do restaurante por um dia até a escolha do Chef Tulio.
Ao chegarem ao trabalho se
surpreenderam com a noticia da demissão de Vitória e o segredo em torno do
motivo que levou a saída da garota do grupo.
Chef Tulio apenas falou que deu a
ela a opção e ela resolveu “desligar-se” do Cucina Dolce. Todos acharam muito
estranho, mas ninguém ousou tecer nenhum comentário sequer já que o humor de
Chef Tulio estava péssimo e ninguém estava disposto a irritá-lo ainda mais.
Caio ficou no comando da cozinha
aquele dia e teve problemas ainda maiores do que Beatriz.
Nenhuma entrega atrasou, mas os
clientes o deixaram a beira da loucura. Com a ausência de Vitória, houve queda
na qualidade do atendimento, pois não haviam Chefs suficientes para atender a
demanda dos pedidos, fazendo com que houvesse demora e consequentemente muitas
reclamações.
Mas Caio já tinha alguma
experiência com os clientes do Cucina Dolce e sabia o quanto eram exigentes. Precisou
gastar algumas garrafas de Pinot Grigio da adega do restaurante mas tudo acabou
correndo dentro do esperado e ele foi muito elogiado pelos colegas e clientes
ao final do expediente.
Na costumeira reunião dos funcionários
do Cucina Dolce no vestiário, antes de cada um ir para sua casa, combinaram de fazer
um jantar na casa de Caio e Beatriz, para comemorarem a nova fase dos dois e o
bom desempenho na competição, que todos sabiam estar para ser decidida entre
eles. Chef Tulio também foi convidado e garantiu que se faria presente.
Assim que terminaram de combinar
os detalhes para o jantar do dia seguinte com os colegas, Caio e Beatriz saíram
do vestiário em direção a porta de saída do restaurante. Na metade do caminho
Caio lembrou-se que esquecera sua carteira com documentos dentro do seu armário
e voltou correndo para buscar, Beatriz seguiu até o estacionamento.
Assim que entrou no ambiente frio
e úmido do amplo estacionamento do Cucina Dolce, sentiu um frio atravessar-lhe
a espinha, mas fingiu não perceber.
Andou em direção a vaga que Caio
sempre ocupava, quando estava quase em frente a moto, sentiu um puxão familiar
no braço. Não era Caio.
- Olá anjo! – Daniel tinha um
sorriso feroz, mostrando os dentes brancos, uma expressão confiante, que
Beatriz lembrava e temia mais que qualquer coisa.
Beatriz arregalou os olhos e
ficou muda, o pânico a invadiu de tal forma que suas pernas começaram a
fraquejar e ela temeu desmaiar nos braços dele.
- Vejo que está emocionada em me
ver, eu também. Só passei aqui pra lhe avisar que estou sempre por perto. Você
nunca vai se ver livre de mim, eu sei tudo o que acontece nesse restaurante e
não vou demorar para descobrir para onde você se mudou.
Daniel estava apertando o braço
de Beatriz com tamanha força que ela podia sentir a ardência e a formação do
hematoma no local em que a mão dele se encontrava.
Ela não se moveu e nem protestou
quando ele agarrou-a pelo outro braço também e a beijou com fúria, mordendo
seus lábios até que sangrassem.
Aos poucos ela sentiu que ficava
leve, Daniel estava saindo de foco, escurecendo. Escutou alguns passos rápidos e
sentiu que Daniel a havia soltado, Beatriz virou o rosto e viu o piso úmido se
aproximando numa velocidade absurda. Antes de cair, apagou.
---------------------------------Está ai amores
=o****
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