quinta-feira, 2 de maio de 2013

Capítulo 11 - Parte 2


Assim que terminaram o banho, Caio e Beatriz passaram na recepção para que ela assinasse a matricula e foram para casa.

Assim que entraram pela porta da frente sentiram o aroma delicioso que vinha da cozinha. Marie estava fazendo sua mágica de novo.

- Nossa, que cheiro maravilhoso! O que será que a Marie está inventando hoje¿- Beatriz estava faminta com todos os exercícios que ela e Caio haviam feito na academia.

- Acho que conheço esse cheirinho, o Chef Gerard me ensinou a fazer essa receita, que é original da França, mas você sabe disso né. – Bia falou mais para si do que para Caio, que fez questão de segui-la até a cozinha e poder apreciar a cena maravilhosa que era  Beatriz tentando decifrar os ingredientes e temperos de um prato.

A simples lembrança o fez ficar excitado.

Beatriz entrou na cozinha e foi logo para o fogão xeretar as panelas. Marie apenas riu e deu espaço para ela trabalhar. Caio ficou sob a soleira da porta, de braços cruzados, inspirando fundo e admirando a cena.

Beatriz tirou a tampa da panela, fechou os olhos e inalou o aroma profundamente. Foi até uma gaveta e pegou uma colher. Voltou até o fogão e mergulhou o talher a panela, retirando uma pequena porção do alimento que estava cozinhando.

- Hmmmm, ela geeu de satisfação ao experimentar o que Marie estava preparando.

Caio arquejou.

- Pimentões, cebola, alho, abobrinha, berinjela, pimenta do reino, louro e manjericão. Ah! Como eu gosto de um bom ratatouille.

Caio sorriu, passou a língua pelos lábios vagarosamente e se aproximou de Bia, pegou a colher das mãos dela, mergulhou na panela e também experimentou aquela delicia.

Caio e Beatriz começaram a por a mesa para o almoço, enquanto Marie terminava o ratatouille. Assim que a mesa estava posta, abriram uma garrafa de vinho branco e fizeram sua refeição.

Depois do almoço, foram até o quarto para se trocar. Caio colocou jeans, camisa gola polo branca com listras azuis na altura do peito e All Star. Beatriz optou pela combinação que mais gostava, jeans, All Star e camiseta de banda, a escolhida da vez foi Blind Pigs.

O casal estava ansioso para chegar ao Cucina Dolce, pois pela lógica restavam apenas Caio e Vitória para assumir a cozinha do restaurante por um dia até a escolha do Chef Tulio.

Ao chegarem ao trabalho se surpreenderam com a noticia da demissão de Vitória e o segredo em torno do motivo que levou a saída da garota do grupo.

Chef Tulio apenas falou que deu a ela a opção e ela resolveu “desligar-se” do Cucina Dolce. Todos acharam muito estranho, mas ninguém ousou tecer nenhum comentário sequer já que o humor de Chef Tulio estava péssimo e ninguém estava disposto a irritá-lo ainda mais.

Caio ficou no comando da cozinha aquele dia e teve problemas ainda maiores do que Beatriz.

Nenhuma entrega atrasou, mas os clientes o deixaram a beira da loucura. Com a ausência de Vitória, houve queda na qualidade do atendimento, pois não haviam Chefs suficientes para atender a demanda dos pedidos, fazendo com que houvesse demora e consequentemente muitas reclamações.

Mas Caio já tinha alguma experiência com os clientes do Cucina Dolce e sabia o quanto eram exigentes. Precisou gastar algumas garrafas de Pinot Grigio da adega do restaurante mas tudo acabou correndo dentro do esperado e ele foi muito elogiado pelos colegas e clientes ao final do expediente.

Na costumeira reunião dos funcionários do Cucina Dolce no vestiário, antes de cada um ir para sua casa, combinaram de fazer um jantar na casa de Caio e Beatriz, para comemorarem a nova fase dos dois e o bom desempenho na competição, que todos sabiam estar para ser decidida entre eles. Chef Tulio também foi convidado e garantiu que se faria presente.

Assim que terminaram de combinar os detalhes para o jantar do dia seguinte com os colegas, Caio e Beatriz saíram do vestiário em direção a porta de saída do restaurante. Na metade do caminho Caio lembrou-se que esquecera sua carteira com documentos dentro do seu armário e voltou correndo para buscar, Beatriz seguiu até o estacionamento.

Assim que entrou no ambiente frio e úmido do amplo estacionamento do Cucina Dolce, sentiu um frio atravessar-lhe a espinha, mas fingiu não perceber.

Andou em direção a vaga que Caio sempre ocupava, quando estava quase em frente a moto, sentiu um puxão familiar no braço. Não era Caio.

- Olá anjo! – Daniel tinha um sorriso feroz, mostrando os dentes brancos, uma expressão confiante, que Beatriz lembrava e temia mais que qualquer coisa.

Beatriz arregalou os olhos e ficou muda, o pânico a invadiu de tal forma que suas pernas começaram a fraquejar e ela temeu desmaiar nos braços dele.

- Vejo que está emocionada em me ver, eu também. Só passei aqui pra lhe avisar que estou sempre por perto. Você nunca vai se ver livre de mim, eu sei tudo o que acontece nesse restaurante e não vou demorar para descobrir para onde você se mudou.

Daniel estava apertando o braço de Beatriz com tamanha força que ela podia sentir a ardência e a formação do hematoma no local em que a mão dele se encontrava.

Ela não se moveu e nem protestou quando ele agarrou-a pelo outro braço também e a beijou com fúria, mordendo seus lábios até que sangrassem.

Aos poucos ela sentiu que ficava leve, Daniel estava saindo de foco, escurecendo. Escutou alguns passos rápidos e sentiu que Daniel a havia soltado, Beatriz virou o rosto e viu o piso úmido se aproximando numa velocidade absurda. Antes de cair, apagou.
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Está ai amores
=o****
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