sexta-feira, 10 de maio de 2013

Capítulo 11 - Parte 8


Dessa vez iriam de carro. A mãe de Caio havia comprado para ele um Hyundai Vesloster preto, mas ele não aceitara o carro e como boa mãe turrona, Alice deixara o carro na garagem e avisara ao filho que, se caso precisasse o Veloster estaria a sua disposição. Caio nunca havia precisado dele até aquele momento.
Com uma manobra ágil, ele saiu da garagem com o carro e tomaram a rua em direção a uma feira livre que ele conhecia, do outro lado da cidade.
Pedro, que além de motorista também faria as vezes de segurança, agora que Beatriz corria perigo, saiu com um segundo carro, que era de sua propriedade e começou a segui-los de longe. Caio havia sido bem especifico quanto a não querer que Beatriz soubesse dessa precaução que ele havia tomado a liberdade de ter.
Em poucos minutos rodando pela vizinhança,  Caio e Beatriz pegaram uma estrada secundária que os levaria à rodovia.
Caio olhou o retrovisor e percebeu um utilitário escuro atrás deles, muito próximo ao carro, ele fez sinal para que o carro ultrapassasse, mas foi ignorado então lembrou que havia pedido ao motorista que os seguisse.
Olhando mais uma vez, percebeu que não era Pedro que dirigia aquele carro, ele devia estar mais afastado, tentando não chamar a atenção.Não ligou para aquilo e continuou o trajeto dirigindo calmamente.
Beatriz procurou na bolsa seu Ipod e o conectou no som do carro, virou para Caio e perguntou.
- O que você quer ouvir¿ -
Caio a olhou e perguntou esperançoso.
- Tem Metallica¿ - Bia sorriu em resposta e depois de alguns toques na tela do aparelho, os primeiros acordes de Seek & Destroy  ressoaram dentro do Veloster.
Caio rasgou um sorriso e começou a cantar junto com a musica, tamborilando os dedos no volante. Beatriz riu, balançando a cabeça e começou a cantar baixinho junto com ele.
- Coloca pra repetir – Caio falou com ela sem tirar os olhos na estrada.
Beatriz fez o que ele pediu e a musica encheu os ouvidos dos dois mais uma vez.
Andaram por cerca de meia hora na rodovia, Caio olhava de vez em quando pelo retrovisor e percebeu o utilitário ainda estava no seu encalço. Mais a frente, viu a entrada que daria para a feira que pretendia levar Bia, mas passou reto por ali, fazendo uma curva à esquerda mais à frente. O utilitário fez o mesmo.
Uma ideia absurda, de que pudessem estar sendo seguidos cruzou seus pensamentos e ele a afastou depressa.
“ Não viaja Caio, você já tá ficando neurótico”
Ele resolveu fazer mais alguns cortes no caminho e pegou algumas ruas que não conhecia, afim de testar a hipótese e se assegurar do que estava acontecendo antes de tomar uma atitude.
O carro continuava atrás deles.
Caio rapidamente sacou seu Iphone do bolso e ligou para Pedro.
- Pedro, estão nos seguindo, Captiva escuro, placa ALX 9652.
Aso ouvir aquilo Beatriz olhou pelo retrovisor imediatamente e viu o carro escuro atrás deles.
Lançou um olhar amedrontado para Caio, que a fitou por alguns instantes, parecia preocupado.
Beatriz desligou a musica, nervosa. Enqanto isso Caio começou a responder Pedro com monossílabos.
- Sim.
- Aham.
- Ok.
Beatriz sentiu que sias mãos começavam a suar descontroladamente. Ela as esfregava nas calças, mas logo estavam úmidas de novo.
Caio desligou o telefone e olhou para ela uns instantes antes de perguntar.
- Você confia em mim¿ - Ele estava sério, agora olhava a estrada.
- Sim, eu confio.- Beatriz falou sem hesitar, pois de fato, confiava nele inteiramente.
- O Pedro vai nos dar cobertura e nós vamos tentar escapar, mas preciso que você confie em mim.
- Tudo bem Caio, eu confio em você, eu confio.
- Então prenda o cinto de segurança – Caio falou enquanto prendia o próprio cinto.
Assim que Beatriz repetiu o seu gesto ele pegou uma saída que dava para a rodovia, onde haviam 4 pistas. Ele imaginou que, como não estavam em horário de pico,  lá fosse mais fácil despistar o outro carro.
Assim que entraram na rodovia Caio começou a pisar fundo no acelerador, o Veloster deu uma guinada e Beatriz foi lançada contra o encosto do assento.
O telefone de Caio tocou
- E aí Pedro, alcançou¿ - Caio apertou a tela do aparelho e Beatriz pode ouvir Pedro do outro lado.
- Sim senhor, estou na cola dele, vou me colocar entre vocês dois para que vocês possam escapar.
- Está certo, não desligue, vamos manter a ligação, vá me informando o que está havendo.- A voz de Caio era dura, ele tinha vincos profundos no meio da testa e entre as sobrancelhas.
- Sim senhor .
Beatriz estava começando a entrar em pânico. Mil e uma imagens de acidentes e de coisas que poderiam acontecer com eles aquela velocidade dançavam na sua cabeça, até que um pensamento se sobressaltou.
Caio havia pedido que ela confiasse nele e ela não estava fazendo isso ao ter medo daquela forma. Beatriz confiava nele, precisava confiar nele. Caio agora, era tudo que ela tinha e confiar era o mínimo que ela poderia fazer para retribuir tudo o que ele estava arriscando por ela.
Aos poucos, o medo foi dando lugar a confiança, ela sentiu-se invadir de coragem. Iria enfrentar o que viesse junto com Caio, pois queria protege-lo da mesma forma que ele a protegia.
Beatriz queria ser o porto seguro dele, transmitindo coragem e confiança quando Caio precisasse.
Pensando dessa forma, ela pegou uma das mãos dele, que estavam apoiadas no volante do carro e segurou, apertando um pouco.
Ele olhou para ela e retribui o gesto. E naquele momento ambos perceberam que, de fato eram cumplices naquilo e estariam juntos até o final, qualquer que fosse ele.
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Desculpem a demora, mais estava assando cookies enquanto escrevia então tinha que ficar de olho no forno e tal rs rs
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