Dessa vez iriam de carro. A mãe
de Caio havia comprado para ele um Hyundai Vesloster preto, mas ele não
aceitara o carro e como boa mãe turrona, Alice deixara o carro na garagem e
avisara ao filho que, se caso precisasse o Veloster estaria a sua disposição.
Caio nunca havia precisado dele até aquele momento.
Com uma manobra ágil, ele saiu da
garagem com o carro e tomaram a rua em direção a uma feira livre que ele
conhecia, do outro lado da cidade.
Pedro, que além de motorista
também faria as vezes de segurança, agora que Beatriz corria perigo, saiu com um
segundo carro, que era de sua propriedade e começou a segui-los de longe. Caio
havia sido bem especifico quanto a não querer que Beatriz soubesse dessa
precaução que ele havia tomado a liberdade de ter.
Em poucos minutos rodando pela
vizinhança, Caio e Beatriz pegaram uma
estrada secundária que os levaria à rodovia.
Caio olhou o retrovisor e
percebeu um utilitário escuro atrás deles, muito próximo ao carro, ele fez
sinal para que o carro ultrapassasse, mas foi ignorado então lembrou que havia
pedido ao motorista que os seguisse.
Olhando mais uma vez, percebeu
que não era Pedro que dirigia aquele carro, ele devia estar mais afastado,
tentando não chamar a atenção.Não ligou para aquilo e continuou o trajeto
dirigindo calmamente.
Beatriz procurou na bolsa seu
Ipod e o conectou no som do carro, virou para Caio e perguntou.
- O que você quer ouvir¿ -
Caio a olhou e perguntou esperançoso.
- Tem Metallica¿ - Bia sorriu em
resposta e depois de alguns toques na tela do aparelho, os primeiros acordes de
Seek & Destroy ressoaram dentro do
Veloster.
Caio rasgou um sorriso e começou
a cantar junto com a musica, tamborilando os dedos no volante. Beatriz riu,
balançando a cabeça e começou a cantar baixinho junto com ele.
- Coloca pra repetir – Caio falou
com ela sem tirar os olhos na estrada.
Beatriz fez o que ele pediu e a
musica encheu os ouvidos dos dois mais uma vez.
Andaram por cerca de meia hora na
rodovia, Caio olhava de vez em quando pelo retrovisor e percebeu o utilitário ainda
estava no seu encalço. Mais a frente, viu a entrada que daria para a feira que
pretendia levar Bia, mas passou reto por ali, fazendo uma curva à esquerda mais
à frente. O utilitário fez o mesmo.
Uma ideia absurda, de que
pudessem estar sendo seguidos cruzou seus pensamentos e ele a afastou depressa.
“ Não viaja Caio, você já tá
ficando neurótico”
Ele resolveu fazer mais alguns cortes
no caminho e pegou algumas ruas que não conhecia, afim de testar a hipótese e
se assegurar do que estava acontecendo antes de tomar uma atitude.
O carro continuava atrás deles.
Caio rapidamente sacou seu Iphone
do bolso e ligou para Pedro.
- Pedro, estão nos seguindo, Captiva
escuro, placa ALX 9652.
Aso ouvir aquilo Beatriz olhou
pelo retrovisor imediatamente e viu o carro escuro atrás deles.
Lançou um olhar amedrontado para
Caio, que a fitou por alguns instantes, parecia preocupado.
Beatriz desligou a musica,
nervosa. Enqanto isso Caio começou a responder Pedro com monossílabos.
- Sim.
- Aham.
- Ok.
Beatriz sentiu que sias mãos
começavam a suar descontroladamente. Ela as esfregava nas calças, mas logo
estavam úmidas de novo.
Caio desligou o telefone e olhou
para ela uns instantes antes de perguntar.
- Você confia em mim¿ - Ele
estava sério, agora olhava a estrada.
- Sim, eu confio.- Beatriz falou
sem hesitar, pois de fato, confiava nele inteiramente.
- O Pedro vai nos dar cobertura e
nós vamos tentar escapar, mas preciso que você confie em mim.
- Tudo bem Caio, eu confio em
você, eu confio.
- Então prenda o cinto de
segurança – Caio falou enquanto prendia o próprio cinto.
Assim que Beatriz repetiu o seu
gesto ele pegou uma saída que dava para a rodovia, onde haviam 4 pistas. Ele
imaginou que, como não estavam em horário de pico, lá fosse mais fácil despistar o outro carro.
Assim que entraram na rodovia Caio
começou a pisar fundo no acelerador, o Veloster deu uma guinada e Beatriz foi
lançada contra o encosto do assento.
O telefone de Caio tocou
- E aí Pedro, alcançou¿ - Caio
apertou a tela do aparelho e Beatriz pode ouvir Pedro do outro lado.
- Sim senhor, estou na cola dele,
vou me colocar entre vocês dois para que vocês possam escapar.
- Está certo, não desligue, vamos
manter a ligação, vá me informando o que está havendo.- A voz de Caio era dura,
ele tinha vincos profundos no meio da testa e entre as sobrancelhas.
- Sim senhor .
Beatriz estava começando a entrar
em pânico. Mil e uma imagens de acidentes e de coisas que poderiam acontecer
com eles aquela velocidade dançavam na sua cabeça, até que um pensamento se
sobressaltou.
Caio havia pedido que ela
confiasse nele e ela não estava fazendo isso ao ter medo daquela forma. Beatriz
confiava nele, precisava confiar
nele. Caio agora, era tudo que ela tinha e confiar era o mínimo que ela poderia
fazer para retribuir tudo o que ele estava arriscando por ela.
Aos poucos, o medo foi dando lugar
a confiança, ela sentiu-se invadir de coragem. Iria enfrentar o que viesse
junto com Caio, pois queria protege-lo da mesma forma que ele a protegia.
Beatriz queria ser o porto seguro
dele, transmitindo coragem e confiança quando Caio precisasse.
Pensando dessa forma, ela pegou
uma das mãos dele, que estavam apoiadas no volante do carro e segurou,
apertando um pouco.
Ele olhou para ela e retribui o
gesto. E naquele momento ambos perceberam que, de fato eram cumplices naquilo e
estariam juntos até o final, qualquer que fosse ele.
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Desculpem a demora, mais estava assando cookies enquanto escrevia então tinha que ficar de olho no forno e tal rs rs
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