quinta-feira, 30 de maio de 2013

Capítulo 12 - Parte 4

Com um largo e hipnotizador sorriso, Tulio, virou-se para fitar Alice antes de perguntar.
-Então, vamos¿
Ela não conseguiu articular palavra alguma, estava presa ao sorriso dele com pele presa ao corpo. Alice apenas assentiu.
Tulio ligou o Nissan e logo estavam na estrada. Seria uma viajem longa e cansativa, mas era preciso que os dois tivessem algumas horas juntos para que pudessem conversar sobre o que havia acontecido no passado e os resultados que o envolvimento deles havia trazido para a vida de ambos.
O que nenhum deles sabia, é que aquela viajem poderia definir muito mais do que apenas acertar o passado.
Durante as primeiras horas de viajem, não houve muita conversa entre os dois, algumas perguntas sobre o trabalho de Alice e sobre o Cucina Dolce, o desempenho de caio e Beatriz e uma ou outra informação pessoal.
Quando chegaram a uma rodovia normalmente pouco movimentada, havia um congestionamento imenso. Ao longe, podiam avistar uma grossa nuvem de fumaça negra. Tulio parou e desceu do carro, para buscar informações sobre a causa da enorme fila, logo, voltou desanimado.
- O que houve¿ - Alice perguntou a ele quando  Tulio se aconchegou atrás do volante mais uma vez.
- um acidente com envolvendo dois caminhões, uma transportava produtos químicos inflamáveis e a outra material reciclável, está tudo pegando fogo.
- Nossa, e tem alguma noção do tamanho da fila¿
- Os carros da frente falaram que estão aqui há quase duas horas, sem previsão de partir.
Tulio balançou a cabeça, visivelmente frustrado.
- E não há nenhum retorno aqui por perto¿ -
- Não há nada.
- E o que vamos fazer então¿ - a voz de Alice soava  calma e despreocupada, embora ela estivesse nervosa com a situação.
- Acho que esperar, pelo menos por enquanto, talvez não demore muito.
Silenciosos minutos se passaram, até que Tulio finalmente teve coragem para perguntar.
- Por que você não me contou¿ - O olhar dele para Alice era inquisidor, mas não duro, era afetuoso.
- Contou o que¿ - Alice não havia entendido.
- Sobre a gravidez, eu não teria deixado você ir embora se eu soubesse.- Tulio balançou a cabeça, visivelmente chateado.
- Eu não sabia que estava grávida, Tulio, fiquei sabendo algumas semanas depois de voltar ao Brasil. – A voz de Alice era baixa.
- Mas você podia ter me ligado, avisado de alguma forma, eu teria dado um jeito, caramba Alice, eu amava você.
- E-eu, não sabia que você se sentia assim, você nunca deixou claro pra mim o que sentia, eu sempre achei que fosse uma espécie de amizade colorida. Jamais imaginei que você fosse querer um filho. – Os olhos de Alice estavam grandes, fixos em Tulio, a respiração entrecortada e ofegante denunciava o nervosismo dela.
- Eu sei, eu fui um idiota por nunca ter te contado, mas eu achava que se apaixonar era besteira, que não valia a pena .Eu estava focado demais na minha carreira pra deixar algum sentimento tomar conta de mim e sofri muito por isso. Fiquei destruído quando você foi embora e demorei muito pra me reerguer, foi a pior experiência da minha vida.
A voz de Tulio estava embargada, as palavras saíram apressadas, quase cuspidas, talvez pela necessidade que ele tivesse de despejar tudo aquilo sobre ela de uma vez ou então para não perder a coragem de finalmente contar o que sentiu por Alice.
- Eu também o amava e foi difícil pra mim também, ainda mais quando descobri que estava grávida do Caio, mas eu não podia abrir mão dele, então apareceu o Igor. Ele me deu tanto apoio e foi um pai ótimo para o Caio, nunca faltou nada à ele, em nenhum aspecto.
Tulio sentiu um nó crescer na garganta quando Alice mencionou o amigo com quem ela casara e que foi o pai que ela apresentou ao seu filho. Ele se ressentia pelo fato de não ter participado da criação de Caio, era ele quem deveria ter  dado educação e a infância que o filho merecia.
- E agora, como você se sente com relação a mim¿
Alice foi direta, não conseguia mais conter a curiosidade, sera que ele ainda amava. Será que o sentimento havia morrido depois de tantos anos¿
- E-eu ainda a amo. Eu achei que já houvesse esquecido, passaram muitos anos e eu tive outras mulheres, mas quando vi você na casa do Caio, meu coração quase foi esmagado tamanha a onda de adrenalina que invadiu o meu corpo. Foi como na primeira vez em que eu te vi, na biblioteca.

Alice estava sem fôlego, aquilo era tudo o que ela precisava ouvir dele. Um sorriso sincero se abriu em seu rosto, de orelha a orelha, quando Tulio foi se aproximando dela e a beijou.

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Novidade pra vocês.
Vou começar a fazer algumas correções desde o começo do livro e amarrar umas pontas que ficaram soltas lá pra tras e assim que eu terminar esse volume do fascinio ele vai ser disponibilizado para compra via internet pela editora Saraiva
=oD
obrigada a todos que leem
=o*
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Um comentário:

  1. Nossa, esse capitulo me fez lembrar de um caso que tbm tive &' que hoje, eu tbm acho que nao sinto mais nada, mas ao mesmo tempo, tenho curiosidade pra saber se quando a vir de novo, ainda vou sentir algo '~'

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