Com um largo e hipnotizador
sorriso, Tulio, virou-se para fitar Alice antes de perguntar.
-Então, vamos¿
Ela não conseguiu articular
palavra alguma, estava presa ao sorriso dele com pele presa ao corpo. Alice apenas
assentiu.
Tulio ligou o Nissan e logo
estavam na estrada. Seria uma viajem longa e cansativa, mas era preciso que os
dois tivessem algumas horas juntos para que pudessem conversar sobre o que
havia acontecido no passado e os resultados que o envolvimento deles havia
trazido para a vida de ambos.
O que nenhum deles sabia, é que
aquela viajem poderia definir muito mais do que apenas acertar o passado.
Durante as primeiras horas de
viajem, não houve muita conversa entre os dois, algumas perguntas sobre o
trabalho de Alice e sobre o Cucina Dolce, o desempenho de caio e Beatriz e uma
ou outra informação pessoal.
Quando chegaram a uma rodovia
normalmente pouco movimentada, havia um congestionamento imenso. Ao longe,
podiam avistar uma grossa nuvem de fumaça negra. Tulio parou e desceu do carro,
para buscar informações sobre a causa da enorme fila, logo, voltou desanimado.
- O que houve¿ - Alice perguntou a
ele quando Tulio se aconchegou atrás do
volante mais uma vez.
- um acidente com envolvendo dois
caminhões, uma transportava produtos químicos inflamáveis e a outra material
reciclável, está tudo pegando fogo.
- Nossa, e tem alguma noção do
tamanho da fila¿
- Os carros da frente falaram que
estão aqui há quase duas horas, sem previsão de partir.
Tulio balançou a cabeça,
visivelmente frustrado.
- E não há nenhum retorno aqui por
perto¿ -
- Não há nada.
- E o que vamos fazer então¿ - a
voz de Alice soava calma e
despreocupada, embora ela estivesse nervosa com a situação.
- Acho que esperar, pelo menos por
enquanto, talvez não demore muito.
Silenciosos minutos se passaram,
até que Tulio finalmente teve coragem para perguntar.
- Por que você não me contou¿ - O
olhar dele para Alice era inquisidor, mas não duro, era afetuoso.
- Contou o que¿ - Alice não havia
entendido.
- Sobre a gravidez, eu não teria
deixado você ir embora se eu soubesse.- Tulio balançou a cabeça, visivelmente
chateado.
- Eu não sabia que estava grávida,
Tulio, fiquei sabendo algumas semanas depois de voltar ao Brasil. – A voz de
Alice era baixa.
- Mas você podia ter me ligado,
avisado de alguma forma, eu teria dado um jeito, caramba Alice, eu amava você.
- E-eu, não sabia que você se
sentia assim, você nunca deixou claro pra mim o que sentia, eu sempre achei que
fosse uma espécie de amizade colorida. Jamais imaginei que você fosse querer um
filho. – Os olhos de Alice estavam grandes, fixos em Tulio, a respiração
entrecortada e ofegante denunciava o nervosismo dela.
- Eu sei, eu fui um idiota por
nunca ter te contado, mas eu achava que se apaixonar era besteira, que não
valia a pena .Eu estava focado demais na minha carreira pra deixar algum
sentimento tomar conta de mim e sofri muito por isso. Fiquei destruído quando você
foi embora e demorei muito pra me reerguer, foi a pior experiência da minha
vida.
A voz de Tulio estava embargada,
as palavras saíram apressadas, quase cuspidas, talvez pela necessidade que ele
tivesse de despejar tudo aquilo sobre ela de uma vez ou então para não perder a
coragem de finalmente contar o que sentiu por Alice.
- Eu também o amava e foi difícil pra
mim também, ainda mais quando descobri que estava grávida do Caio, mas eu não
podia abrir mão dele, então apareceu o Igor. Ele me deu tanto apoio e foi um
pai ótimo para o Caio, nunca faltou nada à ele, em nenhum aspecto.
Tulio sentiu um nó crescer na garganta
quando Alice mencionou o amigo com quem ela casara e que foi o pai que ela
apresentou ao seu filho. Ele se ressentia pelo fato de não ter participado da
criação de Caio, era ele quem deveria ter dado educação e a infância que o filho
merecia.
- E agora, como você se sente com
relação a mim¿
Alice foi direta, não conseguia mais
conter a curiosidade, sera que ele ainda amava. Será que o sentimento havia
morrido depois de tantos anos¿
- E-eu ainda a amo. Eu achei que
já houvesse esquecido, passaram muitos anos e eu tive outras mulheres, mas
quando vi você na casa do Caio, meu coração quase foi esmagado tamanha a onda
de adrenalina que invadiu o meu corpo. Foi como na primeira vez em que eu te
vi, na biblioteca.
Alice estava sem fôlego, aquilo
era tudo o que ela precisava ouvir dele. Um sorriso sincero se abriu em seu
rosto, de orelha a orelha, quando Tulio foi se aproximando dela e a beijou.
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Novidade pra vocês.
Vou começar a fazer algumas correções desde o começo do livro e amarrar umas pontas que ficaram soltas lá pra tras e assim que eu terminar esse volume do fascinio ele vai ser disponibilizado para compra via internet pela editora Saraiva
=oD
obrigada a todos que leem
=o*
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Nossa, esse capitulo me fez lembrar de um caso que tbm tive &' que hoje, eu tbm acho que nao sinto mais nada, mas ao mesmo tempo, tenho curiosidade pra saber se quando a vir de novo, ainda vou sentir algo '~'
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