segunda-feira, 13 de maio de 2013

Capítulo 11 - Parte 9


A medida que iam avançando a toda pela rodovia, Caio fazia movimentos de zigue zague entre os carros, desviando daqueles que atrapalhavam a tentativa de fuga dos dois.
- Sr. Caio, olhe pra trás – era a voz de Pedro que vinha pelo telefone
Eles olharam e viram o Captiva diminuindo a velocidade. Pedaços do pneu traseiro esquerdo do veiculo voavam pela rodovia, atingindo para-brisas e laterais dos que estavam atrás e do lado do veículo.
- Pedro, fique ai por perto, entre em algum posto de gasolina ou restaurante e fique de olho. Siga-o quando ele for embora.- Caio falava num tom contido, estava visivelmente nervoso.
- Sim senhor, farei isso, assim que souber detalhes eu lhe aviso.- Pedro respondeu e desligou o telefone.
Beatriz arquejava espantada com a cena que acabara de presenciar, prendeu a respiração por alguns instantes, soltando-a lentamente depois que o Captiva parou no acostamento.
Ao longe ela viu aquela silhueta já conhecida descer do carro, ir até a lateral esquerda e chutar violentamente o lugar onde deveria estar o pneu.
 Quem os seguia era Daniel.
Caio acompanhou a cena pelo retrovisor e percebeu que Beatriz empalidecera quando seu perseguidor saiu do carro, e ele imediatamente soube quem era.
- Filho da puta!
 Caio exclamou alto enquanto batia com o punho cerrado no volante do Veloster. Foi diminuindo a velocidade até estar dentro do limite permitido e entrou no primeiro retorno que encontrou.
- Era o Daniel¿- Caio perguntou para Beatriz, sem tirar os olhos da estrada.
- Sim – A resposta veio num sussurro, enquanto Beatriz lutava para conter as lágrimas que brotavam no canto de seus olhos.
Os dentes de Caio rangeram e ela virou-se a tempo de vê-lo tencionar a mandíbula de forma drástica.
Caio contou mentalmente até cinquenta antes de se permitir falar mais alguma coisa. Sentia um ódio irracional daquele homem, e agradecia por Beatriz estar com ele no carro, porque se não estivesse voltaria até onde ele estava e o mataria.
- Não se preocupe meu bem, o Pedro vai ficar lá por perto e nos avisar onde aquele merda se esconde.
Beatriz apenas assentiu, estava apavorada demais para articular qualquer resposta. Estava espantada com o tamanho da loucura de Daniel, nunca havia imaginado que ele seria capaz de chegar ao ponto de persegui-la de carro.
Naquele momento, ela entendeu que o medo que sentia perto dele tinha fundamento. Agredi-la e violenta-la tinha sido apenas uma parte do que ele era capaz, agora Beatriz não tinha duvidas que Daniel era capaz de mata-la e a Caio também caso as coisas não acontecessem do jeito dele.
O medo que sentia crescer a cada instante passou a tomar conta dos seus pensamentos e Beatriz começou a chorar compulsivamente, soluçando alto e tremendo. Os ombros chacoalhavam a medida que mais e mais lágrimas escorriam pelas suas bochechas.
Caio parou o carro, desafivelou seu cinto e o de Beatriz e a puxou para seu colo, afundando o rosto nos cabelos dela, que encostou a cabeça em seu ombro e deixou as lagrimas rolarem livremente.
Enquanto ele acariciava as costas de Bia, ela beijava o pescoço dele suavemente, ao mesmo tempo que as lagrimas que lhe escorriam dos olhos e molhavam a gola da camiseta que ele vestia.
Caio segurou as laterais do rosto de Beatriz e começou a enxugar as lagrimas com os polegares. Mas como elas não paravam, ele começou a beijar uma a uma, sentindo o gosto salgado que lhe invadia a boca, tentando absorver junto com as lagrimas toda a tristeza e pavor que tomavam conta dela.
Aos poucos Caio sentiu que Beatriz relaxava no seu abraço, as lagrimas ficaram escassas e ela sorriu com os cantos da boca. As bochechas estavam coradas e ela visivelmente envergonhada.
- Desculpa Caio, pela choradeira, você não devia ter que ficar o tempo todo se controlando perto de mim. – Enquanto falava, Beatriz passava delicadamente os dedos pela camisa de caio, contornando os traços das letras escritas ali e fungava de leve, enquanto as ultimas lagrimas escorriam por seu rosto.
- Do que você está falando¿ - Caio enrugou a testa, não tinha entendido aonde ela queria chegar.
- É que eu percebi que você estava muito bravo e teve que ficar se segurando pra não explodir e não devia ser assim, você pode gritar comigo se precisar, eu não me importo, você nunca seria capaz de me machucar como o Daniel fez. – Beatriz levantou o olhar, o encarando enquanto falava, Caio então percebeu o que ela queria dizer. Ela achava que a raiva que ele sentia era dela. Imaginou Beatriz se martirizando por ser um incomodo ou um problema. Essa ideia embrulhou seu estomago.
Caio respirou fundo, enquanto pensava em cada palavra que diria para ela, para que não pudessem haver segundas interpretações. Assim que clareou a ideia começou a explicar:
- Bia, eu estava me segurando sim e estava com raiva, mas não de você, era dele. Estava me controlando para não dar meia volta com o carro e ir lá acabar com a raça daquele desgraçado. Minha raiva é toda direcionada a ele, ao que aquele infeliz fez e ainda faz com você. Ele não tem limites e não sabe quando parar. É isso que me deixa furioso, nunca você minha querida.
Você só me faz bem, me tranquiliza e me faz um homem melhor, por isso estou aqui com você, enfrentando tudo isso, porque eu sei que cada minuto dessa agonia vai valer a pena lá no final, quando a gente conseguir dar um jeito nesse cara e ele deixar a gente em paz.
Um sorriso preguiçoso se estendeu por todo o rosto de Beatriz. Já não haviam mais lágrimas, apenas as marcas vermelhas ao redor dos olhos que denunciavam que elas estiveram por ali.
Beatriz passou os braços ao redor do pescoço de Caio e puxou levemente a cabeça dele em direção a sua, grudando seus lábios aos dele.
O encontro das bocas deles foi suave, delicado, primeiro só os lábios, roçando um no outro, sentindo a maciez e a umidade ideal que eles tinham.
Aos poucos a boca de Beatriz foi abrindo espaço para a língua de Caio, que entrou na boca dela tomando posse de todos os cantos a que tinha direito.
Ao se tocarem dentro da boca de Beatriz a língua dela e a de Caio começaram a dançar aquele já conhecido tango lento e sensual, com muitos enlaces e movimentos lentamente calculados.
O gosto deles era singular, ela tinha gosto de hortelã e ele canela, proporcionado pelas balas que mais gostavam. A mistura dos dois sabores proporcionava a ambos uma sensação sublime, que só encontravam ao trocarem aquela intimidade deliciosa.
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Ai amoreees, obrigada por acompanharem e desculpem por não postar no fim de semana mas estava muito corrido aqui pra mim.
beijos e aproveitem a leitura!
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