sábado, 6 de abril de 2013

Capítulo 4 - Parte 2


Pegaram a rodovia e seguiram rumo ao interior, rodaram por cerca de 20 minutos até entrarem em uma estradinha de chão, em mais 15 minutos de viajem, chegaram a um mirante, que ficava escondido atrás de algumas árvores à margem da estrada.

Desceram da moto e ele a puxou entre os galhos das arvores, afastando-os do caminho e a conduziu até a ponta do mirante, ficando atrás dela e segurando a cerca que ficava na beirada, para evitar que curiosos se aproximassem muito do fim do precipício.

Beatriz ficou admirada com a beleza do que viu, abaixo do mirante havia uma série de estradinhas de terra, todas conectadas umas às outras por um complexo emaranhado de curvas e desvios, ao final quando todas estavam ligadas á uma estrada principal, cerca de 20 metros à frente da junção, havia um descampado, com muitas flores e árvores,  e ao fundo uma enorme cachoeira, linda, que corria por toda a extensão daquele terreno e sumia mais à frente em uma curva. Tudo era muito bem iluminado, ela podia enxergar centenas de metros além de onde estava.

Beatriz girou nos braços de Caio para poder olhar para ele, sorriu e disse:

- Esse lugar é lindo!

- Eu sei, sempre venho aqui quando preciso pensar, mas nunca tinha vindo acompanhado. – Ele olhou para Bia e sorriu, erguendo os cantos da boca,  uma das sobrancelhas e parecendo incrivelmente malicioso daquele jeito.

 Bia desviou o olhar e corou, agradeceu mentalmente por ser noite e seu rubor não ficar evidente.

- Podemos ir pra casa¿ Estou cansada e amanhã o dia promete ser agitado no restaurante. – Bia falava a verdade estava exausta e os saltos a estavam matando, também tinha frio, apesar de usar uma jaqueta de couro sobre seu vestido. Caio percebeu que ela tremia e a abraçou com um pouco mais de força.

- Sim, vamos você tem razão. – Caio pegou a mão de Beatriz e a conduziu novamente até a moto, montou,  ajudou-a a subir e partiram.

Chegaram logo ao prédio, Bia nunca havia andado de motocicleta e adorara a experiência, sentir o vento no rosto, o ar gelado da noite, a velocidade e a sensação do perigo eminente,  a deixaram excitada e misteriosamente feliz.

Caio estacionou a moto na sua vaga na garagem e seguiram abraçados rumo ao elevador. Quando as portas se fecharam o clima entre os dois mudou, passou de leve com toque de romantismo a pesado, cheio de desejo. Caio olhou para Bia, que suspirou profundamente e mordeu o lábio inferior.

- Meu Deus Bia! – Ele apertou o botão do freio, parando o elevador,  a agarrou pela cintura e a encostou na parede, prendendo o corpo da garota com o seu, começou a beijar-lhe o canto a boca, fez um rastro de suaves beijos até o pescoço e desceu até o colo, Bia inclinou a cabeça para trás e projetou o corpo para frente, Caio imediatamente soltou a cintura da garota para poder por as mãos sobre os seus seios, ambos gemeram de prazer com o contato, mesmo que sobre as roupas.

Ainda acariciando os seios dela ele aprisionou-a com um beijo cheio de desejo, movimentando sua língua por toda a extensão da boca de Beatriz, em movimentos lentos e sensuais. Mordeu seu lábio inferior e sugou-o com a força necessária para que ela estremecesse de desejo.

Beatriz estava confusa, queria parar, não queria entregar-se daquela forma, tão rapidamente, mas parecia que sua mente havia fugido e a deixado ali sem defesas contra aquele homem sedutor.

- Caio, por favor, pare. – Ela conseguiu arquejar, afastando as mãos dele dos seus seios.

- Por que¿ O que foi¿ - Ele afastou-se dela e passou a mão pelos cabelos, parecia frustrado.

- Eu, eu não posso. – Ela balançava a cabeça tentando reorganizar as ideias.

- Você não quer¿ - Ele a fitava com uma expressão séria no rosto.

-Não é isso, eu só acho que é cedo demais, mal nos conhecemos e tem coisas sobre mim que você não sabe e que talvez interfiram.- Bia ficara nervosa, não queria lembrar daquilo agora, sabia que estragaria seu momento, mas as marcas estavam bem ali, só esperando para serem descobertas e quando isso acontecesse, ela teria que revelar seu segredo.

- Então não pense demais Beatriz, não pense, apenas viva esse momento, não deixe que nada estrague isso.- Ele segurava suas mãos nas dele e  a olhava de uma forma que a fez pensar que ele talvez tivesse razão, deveria viver  aquele momento, se permitiria ser feliz, nem que fosse por uma noite, com aquele homem que ela desejava.

Beatriz apertou o botão e o elevador voltou a subir, apitando ao chegar ao terceiro andar. Saíram e ele a acompanhou até a porta do apartamento.

- Quer entrar e tomar mais uma taça de vinho¿ - ela olhou Caio e sorriu, queria que ele ficasse mais com ela, se sentia segura perto dele e muito feliz, de uma forma que ela não sabia explicar, apenas sentia e gostava daquela sensação de frio na barriga que a presença dele lhe causava.

-Você quer que eu entre¿ - Ele tinha uma expressão confusa no rosto.

- Quero. – ela lhe respondeu com sinceridade, abriu a porta do apartamento, segurou a mão de Caio e o puxou para dentro.

Não houve taça de vinho, ao entrarem no apartamento, Caio puxou Beatriz para um beijo, que se tornou lascivo e sensual como o que haviam trocado no elevador, Beatriz o deixava passar as mãos sobre seus seios, sua barriga, suas nádegas, ela acariciava lhe os cabelos, puxando-os, descia as mãos pelos ombros e sentia a musculatura firme do peito dele.

Ele não a largou enquanto a conduzia, vagarosamente, em direção ao quarto, adentraram o cômodo, e ele pôs-se a abrir lentamente o zíper do vestido dela, enquanto Beatriz lhe desabotoava a camisa.

Caio tirou o vestido por sobre os ombros de Beatriz e ele caiu com a leveza de uma nuvem a seus pés. Ele mordiscava e beijava-lhe os ombros suavemente enquanto ela deixava a camisa dele cair no chão. Ele afastou-se para olhar para ela. Lambeu os lábios ao admirar Beatriz naquela maravilhosa combinação com os sapatos que tanto lhe chamaram a atenção. Ela corou, ele sorriu e se aproximou dela novamente. Passou os braços ao redor dela e passou a dar lhe beijos no pescoço e leves mordiscadas na orelha enquanto abria os fechos do espartilho um a um.

Caio Pegou a peça e a atirou ao chão, deixando os seios de Beatriz à mostra, ficou impressionado em como tinham o volume e o tamanho que ele gostava, cabiam perfeitamente em suas mãos, eram firmes, com bicos rosados, que endureceram o seu toque. Ela arquejou, afastou-se e falou:

-Com licença, eu já volto! – Virou-se e caminhou até o banheiro, precisava usar o toalete, pois estava se segurando desde que saíra da boate.

Beatriz esquecera porém que ao permitir que Caio despisse-a da cintura para cima, deixara a mostra sua tatuagem, uma das marcas de seu passado e que agora ele fitava boquiaberto.

-Anjo! – Ele pronunciara as palavras em voz alta sem pensar, ao vislumbrar as enormes asas tatuadas nas costas de Beatriz.

Bia parou de andar imediatamente e  um arrepio lhe subiu pelas costas ao lembrar daquelas palavras sendo pronunciadas por uma voz que ela não queria lembrar. Caio percebeu que ela estremecera, se aproximou e tocou o braço de Beatriz.

- Você está bem¿ - Ele não estava entendendo a reação dela, o que aquilo significava.

- N-não me chame assim, nunca mais!- Bia olhou pra trás e viu Caio, com uma expressão de preocupação no rosto, com vincos se formando ente suas sobrancelhas.

- O que está acontecendo¿ Eu não entendo, preciso que você me explique.

- Nada, eu, eu preciso ir ao banheiro, Beatriz não conseguiu conter um soluço que escapou de sua garganta, desvencilhou-se de Caio e correu ao toalete, trancando a porta ao entrar.

Caio tentou alcança-la mas não conseguiu, resolveu sentar-se na cama e esperar até que ela saísse para conversarem.

Bia encostou-se na porta no banheiro e deixou as lágrimas rolarem livremente, há muito tempo guardava aquelas lágrimas, não havia se permitido chorar em nenhum momento desde que tudo acontecera mas agora sentia necessidade daquilo.

Ficou ali sentada tentando se recompor até que seu corpo a fez lembrar o motivo pelo qual dera as costas a Caio, usou o toalete, lavou as mãos e o rosto e decidiu sair do banheiro, devia explicações ao rapaz, isso se ele já não tivesse ido embora.

Respirou fundo, destrancou a porta e saiu, encontrou Caio sentado em sua cama, sem camisa, esperando por ela.

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