quarta-feira, 10 de abril de 2013

Capítulo 6 - Parte 2


Beatriz acordou com o sol batendo em seu rosto através das cortinas claras, olhou o relógio e viu que já eram 10:30, precisava levantar.

Olhou para o lado e viu Caio ainda dormindo, com os lábios entreabertos, respirando suavemente. Ficou a observá-lo uns instantes. A maneira como o cabelo escuro caía sobre sua testa, a pele branca contrastando com os cílios longos e negros, as sobrancelhas grossas e delineadas sobre os olhos, os lábios carnudos, o maxilar anguloso. Todo o conjunto era lindo, lhe dava uma aparência máscula, o que deixava Beatriz perigosamente vulnerável, e ela não gostava de se sentir assim.

Decidiu deixa-lo dormindo  ir preparar o café da manha, vestiu a camisa dele por sobre o corpo nu, foi ao banheiro, pegou um prendedor em uma das gavetas e prendeu os cabelos em um coque, lavou o rosto, escovou os dentes e foi para a cozinha.

Decidiu preparar panquecas com geléia de mirtilo, mas precisava de música para cozinhar. Pegou seu Iphone, conectou os fones de ouvido e passou a escolher o que iria ouvir, passou os dedos pela tela até que:

-Isso! – Havia achado a música perfeita, precisava de algo que entrasse em seus ouvidos e retumbasse na cabeça, escolheu The Rip do A Wilhelm Scream,  colocou no repeat e ergueu o volume no máximo.

Ao escutar os primeiros riffs da guitarra saiu dançando, embalada pela música, balançava a cabeça na mesma batida da bateria que ecoava em seus ouvidos.
Selecionou os ingredientes da massa, bateu tudo e começou a assar as panquecas. Estava distraída, concentrada na música quando sentiu alguém a abraçar por trás, era Caio.

Ele passou o nariz pelo seu pescoço, e ela sentiu um arrepio lhe percorrer todo o corpo.

- Hmm, que cheiro bom, e que camisa bonita. – ela podia sentir o sorriso dele contra seu pescoço, ergueu o braço e acariciou o cabelo dele.

- Gostou¿ - Ele se afastou dela, colocou três dedos no queixo e coçou a barba que começava a crescer, com a outra mão girou o dedo no ar, indicando a ela que desse uma voltinha.

Beatriz riu, segurou a barra de um dos lados da camisa, como se fosse um vestido e girou rapidamente. Caio se aproximou novamente, passou os braços ao redor da cintura dela e disse:

- Realmente é uma bela camisa. – e deu uma risadinha. – Mas o recheio é ainda melhor – completou dando um beijo nos lábios de Beatriz e um leve tapinha nas nádegas.

- O que você está ouvindo ai? - ele retirou o fone de um dos ouvidos dela e colocou no seu.

- Ah! Sim, eu gosto dessa banda também, parece que temos muitas coisas em comum não é¿

Beatriz assentiu com a cabeça, desligou o Iphone voltou a fazer suas panquecas. Logo terminou, aqueceu a geleia e a derramou em cima do prato no qual havia colocado as massas prontas.

Caio lambeu os lábios e correu os olhos pela cozinha, procurando a cafeteira, precisava de café, muito café, estava cansado e a cafeína o ajudaria a enfrentar o Domingo no trabalho.  Achou o que procurava num balcão ao lado da pia da cozinha, serviu-se e encheu uma xicara para Bia.

Ela estava servindo as panquecas em dois pratos que havia posto sobre a mesa e Caio sentiu seu desejo crescer ao constatar que Beatriz vestia apenas a camisa dele e mais nada, quando ela esticou-se para pegar um garfo sobre a mesa e ele pode vislumbrar um pedaço de carne da nádega dela que ficara à mostra com o movimento.

Sentiu-se latejar dentro da calça, ela era muito gostosa, não podia negar e estava mexendo com ele, de uma forma estranha, que ele não sabia interpretar. Levou o café até ela e sorveu um longo gole do seu. Queimou a língua.

- Ai, merda! – ele colocou a língua pra fora da boca e fez uma careta de dor.

- O que foi? - Beatriz estava distraída servindo as panquecas e não percebeu o que acontecera.

- Queimei a língua, mas não foi nada. – Ele passou o dedo indicador sobre o local onde havia queimado e sentiu uma leve ardência com o contato.

Ela se aproximou e beijou-lhe, massageando a língua dele com a sua, acalmando a superfície doída.

- Hmm, isso ajuda muito. – Ele falava sem tirar sua boca da de Beatriz.

Ela suspirou e se afastou, convidou-o a se sentar e juntos tomaram o café da manhã. Conversaram sobre a semana de trabalho, a impressão dela sobre os colegas e o que estava achando da cidade.

Ao terminarem a refeição deram um jeito na bagunça. Ela levou Caio até a porta, quando ele quis ir ao seu apartamento trocar de roupa antes de irem trabalhar, ele se despediu dela com um beijinho do rosto e saiu.

O expediente no Domingo começava às 12:00 horas, então as 11:45 se encontraram no corredor do prédio. Caminharam lado a lado até o restaurante, vez ou outra se encostavam acidentalmente. Concordaram em não contar nada do que acontecera aos colegas. Diriam que haviam trocado apenas aquele beijo na Dark Side e em seguida ele a levara em casa, pois Beatriz não estava se sentindo bem.

E foi o que fizeram quando ambos foram interpelados pelos colegas já na porta do Cucina Dolce.

Pareceu haver uma decepção geral quando eles contaram que não havia acontecido nada.  Aos poucos cada um tomou o rumo do seu posto de trabalho e os dois não trocaram mais que uma ou duas palavras e alguns olhares cumplices durante o resto do expediente.
 
 
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Está ai, hoje vou terminar o capítulo  6 e posto amanha
 
beijos
Hoje ainda atingiremos 1000 visualizações
\o/
obrigada a todos que lêem, por tornarem meus dias ainda melhores
o/
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