Beatriz acordou com o sol batendo
em seu rosto através das cortinas claras, olhou o relógio e viu que já eram 10:30,
precisava levantar.
Olhou para o lado e viu Caio
ainda dormindo, com os lábios entreabertos, respirando suavemente. Ficou a
observá-lo uns instantes. A maneira como o cabelo escuro caía sobre sua testa,
a pele branca contrastando com os cílios longos e negros, as sobrancelhas
grossas e delineadas sobre os olhos, os lábios carnudos, o maxilar anguloso.
Todo o conjunto era lindo, lhe dava uma aparência máscula, o que deixava
Beatriz perigosamente vulnerável, e ela não gostava de se sentir assim.
Decidiu deixa-lo dormindo ir preparar o café da manha, vestiu a camisa
dele por sobre o corpo nu, foi ao banheiro, pegou um prendedor em uma das
gavetas e prendeu os cabelos em um coque, lavou o rosto, escovou os dentes e
foi para a cozinha.
Decidiu preparar panquecas com
geléia de mirtilo, mas precisava de música para cozinhar. Pegou seu Iphone,
conectou os fones de ouvido e passou a escolher o que iria ouvir, passou os
dedos pela tela até que:
-Isso! – Havia achado a música
perfeita, precisava de algo que entrasse em seus ouvidos e retumbasse na
cabeça, escolheu The Rip do A Wilhelm Scream, colocou no repeat e ergueu o volume no máximo.
Ao escutar os primeiros riffs da guitarra saiu dançando, embalada pela
música, balançava a cabeça na mesma batida da bateria que ecoava em seus
ouvidos.
Selecionou os ingredientes da massa, bateu tudo e começou a assar as
panquecas. Estava distraída, concentrada na música quando sentiu alguém a
abraçar por trás, era Caio.
Ele passou o nariz pelo seu
pescoço, e ela sentiu um arrepio lhe percorrer todo o corpo.
- Hmm, que cheiro bom, e que
camisa bonita. – ela podia sentir o sorriso dele contra seu pescoço, ergueu o
braço e acariciou o cabelo dele.
- Gostou¿ - Ele se afastou dela,
colocou três dedos no queixo e coçou a barba que começava a crescer, com a
outra mão girou o dedo no ar, indicando a ela que desse uma voltinha.
Beatriz riu, segurou a barra de
um dos lados da camisa, como se fosse um vestido e girou rapidamente. Caio se
aproximou novamente, passou os braços ao redor da cintura dela e disse:
- Realmente é uma bela camisa. –
e deu uma risadinha. – Mas o recheio é ainda melhor – completou dando um beijo
nos lábios de Beatriz e um leve tapinha nas nádegas.
- O que você está ouvindo ai? -
ele retirou o fone de um dos ouvidos dela e colocou no seu.
- Ah! Sim, eu gosto dessa banda
também, parece que temos muitas coisas em comum não é¿
Beatriz assentiu com a cabeça,
desligou o Iphone voltou a fazer suas panquecas. Logo terminou, aqueceu a
geleia e a derramou em cima do prato no qual havia colocado as massas prontas.
Caio lambeu os lábios e correu os
olhos pela cozinha, procurando a cafeteira, precisava de café, muito café,
estava cansado e a cafeína o ajudaria a enfrentar o Domingo no trabalho. Achou o que procurava num balcão ao lado da
pia da cozinha, serviu-se e encheu uma xicara para Bia.
Ela estava servindo as panquecas
em dois pratos que havia posto sobre a mesa e Caio sentiu seu desejo crescer ao
constatar que Beatriz vestia apenas a camisa dele e mais nada, quando ela
esticou-se para pegar um garfo sobre a mesa e ele pode vislumbrar um pedaço de
carne da nádega dela que ficara à mostra com o movimento.
Sentiu-se latejar dentro da
calça, ela era muito gostosa, não podia negar e estava mexendo com ele, de uma
forma estranha, que ele não sabia interpretar. Levou o café até ela e sorveu um
longo gole do seu. Queimou a língua.
- Ai, merda! – ele colocou a
língua pra fora da boca e fez uma careta de dor.
- O que foi? - Beatriz estava
distraída servindo as panquecas e não percebeu o que acontecera.
- Queimei a língua, mas não foi
nada. – Ele passou o dedo indicador sobre o local onde havia queimado e sentiu
uma leve ardência com o contato.
Ela se aproximou e beijou-lhe,
massageando a língua dele com a sua, acalmando a superfície doída.
- Hmm, isso ajuda muito. – Ele falava
sem tirar sua boca da de Beatriz.
Ela suspirou e se afastou,
convidou-o a se sentar e juntos tomaram o café da manhã. Conversaram sobre a
semana de trabalho, a impressão dela sobre os colegas e o que estava achando da
cidade.
Ao terminarem a refeição deram um
jeito na bagunça. Ela levou Caio até a porta, quando ele quis ir ao seu
apartamento trocar de roupa antes de irem trabalhar, ele se despediu dela com
um beijinho do rosto e saiu.
O expediente no Domingo começava
às 12:00 horas, então as 11:45 se encontraram no corredor do prédio. Caminharam
lado a lado até o restaurante, vez ou outra se encostavam acidentalmente. Concordaram
em não contar nada do que acontecera aos colegas. Diriam que haviam trocado
apenas aquele beijo na Dark Side e em seguida ele a levara em casa, pois
Beatriz não estava se sentindo bem.
E foi o que fizeram quando ambos
foram interpelados pelos colegas já na porta do Cucina Dolce.
Pareceu haver uma decepção geral
quando eles contaram que não havia acontecido nada. Aos poucos cada um tomou o rumo do seu posto
de trabalho e os dois não trocaram mais que uma ou duas palavras e alguns
olhares cumplices durante o resto do expediente.
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Está ai, hoje vou terminar o capítulo 6 e posto amanha
duvidas em http://ask.fm/livrofascinio
beijos
Hoje ainda atingiremos 1000 visualizações
\o/
obrigada a todos que lêem, por tornarem meus dias ainda melhores
o/
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