quinta-feira, 11 de abril de 2013

Capítulo 6 - Parte 3


Chef Tulio mal acreditou quando escutou a ultima fofoca do restaurante.

- Vocês souberam que a Bia e o Caio ficaram ontem lá na Dark Side e foram embora juntos, parecia que estavam fugindo- Vitória, uma das chefs cochichava com os demais funcionários pouco antes do início do expediente.

Ele estava passando pela porta da cozinha quando escutou ela murmurar aos colegas. Sentiu a raiva crescer dentro de si ao escutar aquilo.

Sabia que Caio era famoso por nunca se envolver emocionalmente com mulher nenhuma. Era racional ao extremo, sempre estava no controle de tudo, assim como ele. Deve ser a genética, pensou consigo mesmo, mas afastou isso da cabeça, com medo que alguém pudesse ver em sua expressão o que se passava.

Caio era filho de Chef Tulio, mas ninguém sabia disso, nem o próprio Caio.

Tulio, quando mais jovem envolvera-se com a mãe de Caio quando ela fora para a Itália passar uma temporada de estudos. Ele tinha recém se formado em gastronomia e ela estava lá para cursar pós graduação, queria se especializar em Dante, que por coincidência possui o mesmo sobrenome dele, mas nenhuma linha de parentesco.

Foi essa coincidência que os fez se encontrarem. Numa tarde, quando ela fazia pesquisa na biblioteca e ele fora devolver um livro que havia emprestado. Ao dizer seu nome completo ela olhou para ele e sorriu. Ele imediatamente se sentiu atraído por ela, resolveu que deveria conhece-la. Foi até a mesa em que ela estava mergulhada em livros e se apresentou.

Engataram uma conversa longa e ele lhe explicou que não havia o parentesco algum entre ele e Dante Aligheri. Aquela conversa terminou em um restaurante italiano aquela noite.

Muitas outras conversas agradáveis sucederam aquela e em poucas semanas começaram a se relacionar como casal. Durou 2 anos.

Se encontravam algumas vezes, dormiam juntos e no outro dia cada um tomava seu rumo. Jantavam fora algumas vezes mas nenhum dos dois queria um relacionamento de verdade,  ela se dedicava muito aos estudos e ele estava começando sua carreira, não havia tempo para sentimentos.

 Quando ela terminou o curso e voltou ao Brasil ele ficou na Itália, nunca mais a viu.

Soube sobre a paternidade de Caio muitos anos depois, através de uma carta que ela mandara para seu endereço na Itália.

Na carta ela lhe explicava que ficou sabendo da gravidez já no Brasil e que acabou conhecendo alguém que assumiu Caio.

Havia resolvido lhe contar porque achou que ele tinha o direito de saber e queria lhe pedir que ajudasse Caio a conseguir um emprego na área gastronômica.

Ele ficou surpreso e empregou o rapaz em seu restaurante. Em pouco tempo descobriu que Caio realmente tinha talento, talvez fosse até melhor que ele mesmo e isso o orgulhava muito, mesmo não podendo confessar isso ao rapaz.

Agora estava ali, com raiva e ciúme da relação do filho com a nova Chef, por quem ele sentia uma irresistível atração, que vinha lhe tirando o sono e a concentração nos últimos dias.

Estava se sentindo frustrado ao final do expediente, teria que dar um jeito de extravasar aquilo aquela noite, iria a um clube privado. Parecia ser a melhor forma de aliviar aquilo que estava sentindo, precisava de sexo, sem sentimentos apenas por fazer, sem beijos ou demonstrações de afeto, odiava fazer aquilo, mas não conseguia pensar em outra forma de melhorar seu humor.

Saiu do Cucina Dolce, foi para casa, tomou um banho, vestiu-se e saiu, sem hora pra voltar.

Beatriz terminou de lavar os últimos pratos na cozinha e foi ao vestiário, tirar seu avental e pentear os cabelos que estavam amassados embaixo daquela bandana que usava para protegê-los ao cozinhar.

Estava distraída, penteando-se e pensando na noite anterior quando escutou a porta bater, estranhou pois só haviam ela e o porteiro no Cucina Dolce aquelas horas. Antes de conseguir terminar o pensamento sentiu um puxão no braço e o contato da boca de Caio na sua, exigente, possessiva, desejosa.

Bia agarrou os cabelos dele e puxou, fazendo-o gemer. Caio a empurrou contra a parede e ela estava entregue. Beijava-a com fervor, mordendo os lábios, que começaram a inchar. Beatriz correspondia á altura, movimentando a língua dentro da boca dele, explorando cada espaço, entrelaçando-se à ele de tal forma que não conseguiam pensar em mais nada que não fosse aquele beijo.

Caio havia planejado aquele encontro durante todo o dia, deixando muita louça e pedindo para que Beatriz lavasse antes de ir embora, queria que ela ficasse ali sozinha. Se despediu dos colegas, mentiu ter um compromisso e ficou escondido esperando-a. Quando viu que ela foi ao vestiário para se arrumar, esperou alguns minutos e entrou.

Ele havia pensado naquilo quando encontrou ela no corredor do prédio indo para o trabalho e usando um vestido.

Havia sido um martírio ter de fingir indiferença durante todo o dia quando a única coisa em que conseguia pensar era nela á sua frente, com as pernas ao redor da sua cintura enquanto transavam no vestiário. Por mais de uma vez precisou ir até o banheiro lavar o rosto e tentar se acalmar.

Agora estavam exatamente onde ele queria.

- Coloca as pernas na minha cintura – Caio estava sem fôlego, e Beatriz também, ela sorriu e fez o que ele lhe pediu.

Ele abriu a braguilha da calça, moveu a calcinha dela para o lado e antes que pudessem perceber, estavam mergulhados um no outro.  Ele Segurava Beatriz contra a parede, beijava seu pescoço, os ombros, mordiscava sua orelha.

Beatriz passou os braços ao redor do pescoço de Caio e deixou-se levar, embalada por ele, apreciando cada nova sensação que ele lhe proporcionava. Aos poucos sentiu que algo começava a crescer dentro dela, procurando uma saída, suas pernas fraquejaram, ela apertou um pouco mais aquele abraço e aos poucos o orgasmo chegou, avassalador, destruindo qualquer linha de raciocínio, pulsando cada vez mais forte, fazendo com que ela perdesse a noção de identidade por alguns minutos.

Caio sentiu que Beatriz chegava ao clímax e começou a estocar com mais força, pra frente, pra trás, num ritmo constante e implacável, até que ele mesmo chegou às alturas, gemendo e gritando o nome dela.

Aos poucos escorregaram para o chão, ele ainda dentro dela, Beatriz sentada no colo de Caio, ambos com as respirações irregulares e o coração acelerado.

Ficaram ali tentando controlar aquele sentimento que os deixava com medo, sem entender o que acontecia quando estavam perto um do outro e torcendo para que pudessem fingir indiferença, pois nenhum dos dois queria sofrer por amor mais uma vez.
 
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