quinta-feira, 18 de abril de 2013

Capítulo 8 - parte 4


- Eu sabia! – Ana exclamou quando Caio e Beatriz contaram a ela o que estavam vivendo, durante o jantar que haviam preparado.

- Deu pra perceber tanto assim¿ - Beatriz achava que estavam sendo discretos no trabalho, nunca ficavam muito próximos ou conversavam sobre algo que não dissesse respeito ao trabalho.

- Na verdade, não, eu desconfiei porque percebi vocês trocando olhares muito sugestivos mais de uma vez.- Ana não conseguia esconder a expressão conspiratória que tinha estampada na cara.

Caio e Bia se entreolharam e riram.

Após a refeição Caio  despediu-se de Beatriz e Ana e voltou a seu apartamento, deixando as garotas sozinhas com a bagunça.

Depois de organizarem toda a cozinha, decidiram que mereciam um bom vinho, enquanto assistiam  a um dos filmes preferidos de Bia, que  haviam escolhido dentre a coleção que  ela guardava como um tesouro valioso.

Enquanto “O show de Trumann” começava na televisão, Ana e Beatriz, devidamente munidas com suas taças de Pinot Grigio enroscaram-se no sofá e começaram a conversar.

Bia contou a Ana sobre sua relação com Caio, o que havia acontecido depois de se beijaram na Dark Side, a forma como a tratava e o carinho que ela via crescer por ele a cada dia.

- E ele é bom de cama¿- Ana estava curiosíssima para saber dos detalhes sórdidos e não planejava deixar que Bia os escondesse dela.

Beatriz corou com a pergunta e baixou a cabeça, envergonhada.

- Sua sortuda, só pela sua reação já vi que é. – Ana estava se divertindo com a maneira que a amiga ficara encabulada com a pergunta.

- Mas e ai, ele é safado, carinhoso, me conta os detalhes! – A empolgação de Ana era visível.

- Ah! Ele é carinhoso na medida certa, bastante atencioso, mas tem malícia também, não sei, ele sabe ponderar bem as coisas, tudo na medida adequada. Ser safado quando deve e cuidadoso também, sexo com ele é muito bom.

Beatriz tinha um largo sorriso no rosto, daqueles em que aparecem todos os dentes. Ela estava lembrando dos momentos íntimos que vivera com Caio e sentiu que começava a ficar úmida entre as pernas.

Apertou um pouco as coxas afim de aliviar aquela sensação e virou-se para ficar de frente para a amiga no sofá.

- Ah, o Rodrigo também era assim no começo, mas sei lá com o tempo acho que acabamos caindo na rotina. As vezes tenho saudade de ficar sozinha, sabe, sem compromisso, sem lealdade a ninguém. Uma vez nós até chegamos a conversar sobre manter o relacionamento aberto, tentamos, mas não funcionou. – Ana suspirou, estava muito feliz pela amiga, mas tinha os seus problemas para se preocupar também e precisava de algumas palavras de conforto.

- Ahh Ana e você acha que vale a pena continuar nessa com ele¿ É complicado essa história de cair na rotina, porque você não tenta sei lá, dar uma variada, ir a um lugar diferente, umas fantasias.

- É, eu acho que vale a pena tentar, vou pensar em alguma coisa, quer saber acho que eu vou agora pra casa, pegar ele de surpresa.- Ana disse e levantou de um pulo do sofá, pegou a bolsa que estava em cima da cadeira e saiu em direção a porta.

- Isso amiga! – Beatriz acompanhou Ana até a porta.

Quando a amiga saiu Bia resolvei ir tomar um banho e se preparar para dormir. Foi até o banheiro e quando começou a se despir escutou o interfone do prédio tocar. Era o porteiro.

- Oi, dona Beatriz, tem um rapaz aqui, ele diz que se chama Daniel e é seu namorado, ele pode subir¿

Beatriz sentiu as pernas amolecerem e caiu sentada no chão, um arrepio lhe subiu pela espinha, ela tapou a boca com uma das mãos  para reprimir um grito.

- N-n-não, ele não pode subir, e também não é meu namorado.

Ao dizer isso ela percebeu um ruído do outro lado da linha e aquela voz conhecida e apavorante falar do outro lado:

- Ahh, anjo, a gente vai se encontrar qualquer hora e você vai ver como vais ser bom.

Beatriz não conseguiu emitir uma palavra, deixou o fone escorregar de suas mãos e saiu em disparada para o apartamento de Caio.

Beatriz bateu na porta algumas vezes, ele a atendeu com cara de sono, mas ao ver a expressão apavorada que ela tinha, em um segundo estava completamente desperto.

- O que aconteceu Bia¿

Caio perguntava enquanto ela entrava apressada no apartamento e se punha a andar de um lado para o outro, com os braços cruzados sobre a barriga e a cabeça baixa.

- É o Daniel, ele está lá na portaria, o porteiro acabou de interfonar pra minha casa. Quando eu disse que ele não podia subir, o Daniel pegou o telefone e me ameaçou.

- O que ele disse¿ - Caio tinha os punhos cerrados ao lado do corpo e a mandíbula tão tensionada que Beatriz podia escutar seus dentes rangindo.

- Ele disse que iriamos nos encontrar e que iria ser muito bom, eu estou com medo Caio, ele sabe onde eu moro, e se ele voltar, ou pior, se conseguir vir até o meu apartamento¿

- Espera aqui – Caio disse enquanto saia do apartamento e deixava Beatriz trancada ali dentro.

- Caio, não! Espera Caio!Merda! – Beatriz tentou correr atrás dele para impedi-lo mas já era tarde, ela já podia ouvi-lo correndo pelo corredor em direção as escadas.

Quando Caio chegou a portaria, Daniel já não estava mais lá, havia apenas um bilhete que ele. A havia deixado para que o porteiro entregasse para Beatriz.

Caio pegou o bilhete e ficou enfurecido ao ler o que aquele canalha havia escrito.

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Anjo

Você não deveria ter me impedido de subir, agora estou realmente chateado com você.

Tenho saudades, todas as noites lembro da ultima vez em que estivemos juntos e pretendo repetir a dose logo. Não me faça esperar muito, quanto mais tempo demorar, mais bravo irei ficar com você.

Com amor

Daniel

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 Guardou o papel no bolso do pijama e subiu ao seu apartamento, não queria deixar Beatriz sozinha.

Ao entrar em sua casa encontrou Beatriz andando de um lado para o outro na cozinha, preparando uma xícara de chá. Ele havia pensado em uma solução que lhe parecia ser a mais sensata para o momento e queria propô-la para Bia.

- Ah! Graças a Deus! Eu fiquei preocupada com você!- Beatriz olhou em sua direção e soltou um suspiro longo e aliviado.

Caio chegou até ela, que estava parada bem à sua frente , ele a abraçou e fitou seus olhos azuis que começavam a lacrimejar,  suspirou e começou a falar:

- Quando eu cheguei lá ele já havia ido embora, mas tinha deixado um recado com o porteiro, queria ter chego antes, aquele canalha ia aprender o que é bom.

Beatriz assentiu, ainda estava muito assustada, sabia que se abrisse a boca para falar qualquer coisa começaria a chorar.

- Eu pensei em uma solução que por ora me parece ser a mais sensata, você vai estar segura e vou poder ficar de olho em você, te proteger se for preciso.

- No que você pensou Caio¿ - Beatriz falou com a voz tremula, ainda estava se segurando para não chorar.

- Eu quero que você venha morar comigo, na minha casa.

Beatriz arquejou espantada.

- Como assim, na sua casa, não é essa aqui¿

- Não, esse é meu apartamento, a casa na verdade é da minha mãe, ela está morando em outra cidade e deixou a casa a minha disposição se eu quisesse me mudar para lá. Estava planejando fazer isso em 2 meses, mas posso adiantar isso. A casa fica num bairro próximo daqui, podemos vir para o Cucina Dolce na minha moto.

Beatriz estava sem palavras, estava olhando para Caio sem emitir nenhum som, apenas com a testa levemente franzida.

- Me diz, o que você está pensando¿ Quer morar comigo ou não¿

Beatriz não sabia o que responder, estava confusa com aquela proposta repentina, queria sim morar com Caio, sabia que era cedo, que nenhum dos dois conhecia o outro direito. Precisava de tempo para pensar, mas temia que Daniel a encontrasse.

- E- eu não sei o que responder, Caio, não conheço você direito e você também não me conhece, eu sou complicada, eu, não sei.- Beatriz falava balançando a cabeça, aturdida.

- Responda apenas que sim, podemos nos conhecer enquanto dividimos a casa, darei a você espaço e privacidade, só não posso deixa-la aqui agora que aquele merda sabe onde você mora. Ele vai voltar Bia, e eu temo que isso seja logo.

Beatriz sabia que não tinha tempo e deixou de tentar analisar muito as coisas, olhou firme nos olhos de Caio e respondeu:

- Sim, eu vou morar com você, quando mudamos¿

Caio sorriu, a pegou nos braços e a girou . Beatriz riu com a reação dele pensou que talvez fosse mesmo melhor morar com ele, se conheceriam enquanto dividiam a casa e aprenderiam a se respeitar, estaria segura com ele, ao menos era o que esperava.
 
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Final do capítulo 8
Obrigada a todos que leem e tem elogiado.
duvidas criticas e sugestões em
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