CAPITULO 5 – ANJO CAÍDO
-Está melhor?- Ele parecia
preocupado
- Sim, eu, bem, me desculpe. –
Ela estava encabulada, nunca se permitia ter aquele tipo de emoção na frente
dos outros, mas a simples lembrança dos fatos a fizera desmoronar.
- Eu preciso saber o que está
acontecendo, porque você teve aquela reação.- Caio a olhava com muita
intensidade, aquilo não era só preocupação, era algo mais, mas Beatriz não
queria tentar descobrir naquele momento, sua cabeça estava a mil, pensando de
que forma contaria aquilo à ele.
- Eu sei, eu quero contar, sinto
que posso confiar em você e espero não estar me enganando, mas antes eu preciso
que você me prometa que vai só ouvir, não posso lhe contar tudo hoje, apenas
lhe explicarei o que significa minha tatuagem,
não poderei dar-lhe mais que isso essa noite.
- Tudo bem. – Ele assentiu também
com a cabeça para encorajá-la a continuar.
Beatriz virou-se e disse :
- Primeiro eu preciso que você a
olhe direito, para que possa entender. Caio aproximou-se mais da beirada da
cama para ter um vislumbre melhor. Ele fitou as costas da garota por alguns
instantes, tentando entender aquele desenho, que transmitia algo pesado, alguma
energia misteriosa e carregada.
A tatuagem de Bia eram duas asas
de anjo, começavam nas omoplatas onde haviam tatuados duas espécies de rasgos,
com contrastes fortes em vermelho, que evidenciavam sangue. As asas desciam
pelas laterais das costas, arqueadas e com penas definidas em tons que iam do
branco a um azul clarinho nas pontas, onde estas se desfaziam, caindo em
partículas que diminuíam e sumiam perto
da base das costas.
- Meu Deus Bia, ela, ela é linda!
Parece real! O que significa¿ Porque as asas estão se desfazendo¿- Caio estava
admirado com o trabalho.
Bia foi até o armário e colocou
uma blusinha, voltou e sentou-se na cama de frente para Caio, olhou nos olhos
dele por um instante, inspirou profundamente e começou a contar:
- Eu fiz essa tatuagem porque
pensei que ela me ajudaria a exorcizar um fantasma que estava me assombrando. Poderia
deixar de ser o “anjo” de alguém que me fez mal, essa tatuagem, representa a
minha queda. Perdi minha inocência de uma forma terrível, fiz essa marca
exterior achando que ficaria curada das cicatrizes que me corroíam por dentro,
mas não aconteceu.
-Não estou entendendo. – Inúmeras
cenas passavam pela cabeça de Caio, mas ele não queria tirar conclusões
precipitadas, afastou os pensamentos e resolveu se concentrar só em Beatriz.
Ela fungou, limpou uma lágrima
que escorreu por seu rosto com as costas da mão, sua respiração estava trêmula, mas resolveu
continuar:
- Uma vez, eu li um livro, que
dizia que alguns anjos, cansados da vida no paraíso, começaram a se interessar
pelos humanos. Alguns desceram até a terra, e se esbaldaram por aqui, com homens
e mulheres. Muitos tentaram voltar para
o céu, e quando lá chegaram foram impedidos de entrar, tiveram suas asas
arrancadas das costas e foram condenados a perambular pela terra pela eternidade.
Os que não tiveram coragem de voltar para o céu, veem as suas asas se
deteriorarem aos poucos a medida que cometem pecados por aqui.
As minhas asas, representam o meu
pecado, deixei de ser um anjo, me tornei caída, não foi de propósito, mas ao fazer
a tatuagem, me senti mais leve por um
tempo, tirou de minha cabeça aquele estereótipo
que ele colocou em mim, deixei de ser
o anjo dele e me tornei caída, dona
da minha existência.
- Nossa, eu não imaginava, me
desculpe, não a chamarei mais assim.- ele ficara horrorizado com a explicação
dela, entendia os motivos, mas queria saber o que havia acontecido para que ela
pensasse daquela forma, mas não iria pressioná-la, sabia que ela precisaria de
tempo para poder se abrir com ele, e naquele momento tudo o que ele queria era
protege-la.
Ele se aproximou dela e a
abraçou. Ficaram ali durante algum tempo, ele acariciando os cabelos de Bia e a
embalando devagar. Ela sentiu-se pela primeira vez em muito tempo segura.
-Está ficando tarde, é melhor
dormirmos – Ela afastou-se do abraço dele e falou fitando-o com uma expressão
carinhosa.
- Eu vou pra minha casa então,
você vai fica bem¿ - ele levantou-se e foi até o lugar onde sua camisa estava
jogada.
- Não vá, fique aqui comigo esta
noite. – Bia não queria dormir sozinha, estava muito fragilizada, sabia que se
ele fosse embora aquela sensação de abandono voltaria e ela não estava
preparada para sentir aquilo de novo, não naquele momento.
- Você tem certeza¿- Ele não
queria força-la a nada, sabia que ela estava frágil e seria o cumulo se
aproveitar dela naquele momento.
- Sim tenho, fique. – Ela falou e
levantou as cobertas, convidando-o a vir para a cama.
Ele sorriu, soltou a camisa,
tirou a calça, e deitou-se ao lado dela, Beatriz estava só de camiseta e
calcinha, mas nenhum dos dois queria alguma coisa além de dormirem abraçados, e
foi o que fizeram. Ele a virou de costas, abraçou-a para que ficassem próximos,
beijou o ombro de Beatriz e disse:
- Boa noite, durma bem minha
querida. – Aninhou-se atrás dela, os cabelos de Beatriz tinham um cheiro
irresistível, que ele adorava inalar e que o ajudaram a cair em sono profundo.
Beatriz respondeu-lhe e logo
também caiu no sono, estava exausta física e psicologicamente e uma boa noite
de sono a ajudaria a sentir-se melhor, e dormir aconchegada em Caio também não
era nada mal.
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Está ai, postei o de amanha também porque não se se vou ter acesso à net, se não conseguir posto mais na segunda.
Ah! Perguntas sobre o livro aqui => http://ask.fm/livrofascinio
Pergunta lá
=o*****
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Estou amando! parabéns!
ResponderExcluirOwn brigada pai
Excluir:**
bem, legal!! e é gostoso de ler Betty!! curti mto ;)
ResponderExcluirBrigada linda q bom q esta gostando
Excluir:*